O evento de lançamento da Agenda 21 de Nova Friburgo aconteceu no dia 10 de agosto no Country Clube. Durante a cerimônia, o Fórum da Agenda 21 Local foi muito parabenizado pela sua longa história e disposição de atualizar o Plano Local de Desenvolvimento Sustentável (PLDS) após as enchentes de janeiro deste ano, que mudaram o cenário do município.
Durante o evento, Paulo Roberto, coordenador do Fórum de Nova Friburgo, recebeu moção de congratulações e aplausos da Alerj pelo trabalho realizado junto à Agenda 21 na cidade. Paulo também anunciou a parceria com a Universidade Estácio de Sá. “A universidade estará nos apoiando com técnicos e pesquisas. Além disso, teremos uma sala da Agenda 21 no campus da Estácio”.
Convidada para o 13º lançamento do projeto Agenda 21 Comperj pela Secretaria Municipal de Educação, Márcia de Mello, diretora do Jardim de Infância Maria Duque Estrada Lagimestra (Jimdel) disse que a situação atual da Região Serrana foi o que despertou a curiosidade de conhecer o Fórum da Agenda 21. “O Jimdel fica no bairro Conselheiro Paulino, um dos mais prejudicados pelas enxurradas. A escola ficou submersa e foi preciso fazer algumas reformas para voltar às aulas. Também recebemos doações de mobiliário de entidades particulares, ONGs e do governo local, pois perdemos todos os móveis”.
Nesse sentido, Fernando Cavalcante, presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente, destacou o lema da Agenda 21 criado na conferência Rio 92. “O problema ambiental é global, mas a solução é local. E esse é o espírito da Agenda 21: estamos abraçados a uma grande rede de homens e mulheres que estão dispostos a frear a destruição que o nosso atual sistema econômico produz”.
Ricardo Frosini, coordenador do projeto Agenda 21 Comperj, complementou a fala dizendo que a Agenda 21 de Nova Friburgo é uma oportunidade para esse momento da cidade. “Não há nada melhor para uma construção do que o planejamento. E é isso que é a Agenda 21: um plano discutido por toda a sociedade para o desenvolvimento local”.
Um exemplo dessa integração é o apoio entre os Fóruns da Agenda 21 Comperj. Estiveram presentes no evento representantes de São Gonçalo, Casimiro de Abreu, Itaboraí, Cachoeiras de Macacu, Silva Jardim e Tanguá.
Agenda 21: um plano participativo
Geraldo Abreu, diretor de cidadania e responsabilidade socioambiental do Ministério do Meio Ambiente, fez uma retrospectiva do processo de valorização de políticas voltadas ao meio ambiente durante a cerimônia. Citou desde a Conferência de Estocolmo, em 72, até a Conferência das Nações Unidas no Rio de Janeiro, em 92. “A Rio 92 foi a primeira conferência participativa aberta a toda sociedade do planeta. Eu diria que 92 foi um marco, mas foi precoce, porque só viemos estabelecer o primeiro protocolo em 98, o protocolo de Kioto”. Segundo ele, essa demora de ação teve como consequência a mudança climática global, nas quais estão inclusas as precipitações muito fortes, como a que aconteceu na região serrana do Rio.
Complementando o diretor, Carlos Frederico Castello Branco, superintendente da Agenda 21 no estado, considera que a falta de participação da sociedade na gestão do território coloca a vida das pessoas em riscos. “Muito da primeira Agenda 21 elaborada pelo município antes da chegada do projeto Comperj não foi implementada. E a culpa disso está no nosso modelo de governança que não permite que os planos locais sejam implementados. Em contrapartida, a população não tem acesso suficiente ao plano para que haja cobrança. Então é preciso superar esse modelo”.
Ao final, Geraldo disse ainda que Nova Friburgo tinha todos os motivos para estar se lamentando, mas em vez disso está afirmando que o futuro acontece com a participação de toda sociedade.
Deixe o seu comentário