Nova Friburgo, 5 de agosto de 2011.
Exmo. Sr. Prefeito,
No momento em que, por opção pessoal e profissional, deixo a Defesa Civil de Nova Friburgo, gostaria de registrar minha satisfação de trabalhar com V. Exa. por esses cerca de 10 meses. Já havíamos nos conhecido quando V. Exa. ocupava a SM de Assistência Social, ocasião em que mantivemos uma cordial relação de cooperação entre nossos setores.
Nesses dois anos e 7 meses que passamos à frente da Defesa Civil Municipal, creio que o maior ganho foi a ampliação do atendimento à população o que foi detectado mesmo antes do desastre de janeiro.
Que fique escrito que tudo o que solicitamos a V. Exa. não nos foi negado e que se não conseguimos obter mais recursos e estrutura para a Defesa Civil sob sua administração foi devido, unicamente, à própria falta de estrutura atual do órgão e a quantidade de tarefas que tem que executar sem que possa praticar um planejamento eficaz.
Quero aproveitar a oportunidade para falar um pouco sobre a Defesa Civil Municipal, agora sem o desconforto de estar advogando em causa própria.
Em um dos anexos, apresento a Carta que, quando ainda era Comandante do Corpo de Bombeiros de Nova Friburgo, enviei ao então prefeito eleito, Dr. Heródoto Bento de Melo.
Esta carta está ainda mais atual. Se fosse para dar um título ao seu texto, eu daria: Prefeito, não faça economia com a Defesa Civil.
Espero que V. Exa., principalmente depois de tudo o que passamos, não cometa este erro. Estou confiante de que não o cometerá, e que dará à Defesa Civil a importância que ela deve ter e que a população de Nova Friburgo merece:
1) Ser transformada em Secretaria Municipal.
a. Com acesso direto ao Prefeito Municipal, sem intermediários que em nada ajudam e, na verdade, a maior parte do tempo atrapalham – esta solução já foi reimplantada pelo Governo do Estado e é adotada por vários municípios menores (e alguns maiores, como Niterói). Alguns com menos problemas específicos de Defesa Civil.
b. Em outro anexo, apresento Projeto de Lei Complementar, implementando esta solução (e que, inclusive, V. Exa. já havia autorizado em documento em nossa posse);
2) Ter orçamento próprio e razoável
a. (Estimo que R$ 100mil/mês – excluídas despesas de pessoal, hoje da ordem de R$ 400mil/ano –, sejam suficientes).
b. Em anexo encaminho o Plano Plurianual que apresentamos em 2009 e que, se tivesse sido adotado teria permitido à Defesa Civil ter uma atuação muito mais efetiva no desastre de janeiro. Este plano precisa ser revisto para adequação à situação atual.
3) Ter espaço digno e também razoável
a. Para um atendimento decente à população sofrida que nos procura e conforto aos abnegados servidores que o habitam, muitas vezes por mais de 24h.
b. O espaço atual é muito pequeno e inadequado – embora sua localização deva ser mantida. Conforme se demonstrou no atendimento ao desastre de janeiro, a Defesa Civil deve ser central e próxima ao Gabinete do Prefeito. Mas precisa ser urgentemente ampliado.
c. Quanto a esta questão de espaço, conforme temos conversado, é fundamental a sala contígua à Defesa Civil, hoje pertencente à SM de Assistência Social, mas que pode ser facilmente remanejada.
4) Ter valorização profissional dos servidores.
a. Muitas vezes tem ocorrido o não pagamento de horas extraordinárias e outros benefícios enquanto outras categorias, inclusive da mesma Secretaria (mais um reflexo da necessidade de emancipação) recebem aumentos e outras vantagens.
b. No projeto de lei citado no item 2), acima, apresentamos gratificações que poderão ser destinadas aos servidores.
Neste momento, esta é nossa pequena contribuição ao Governo de V. Exa., mas, estou certo, será de grande valia para a população friburguense.
Apresento, também, um breve relatório de atividades ao Ten Cel João Paulo Mori que replico a V. Exa., alertando, no entanto do seu caráter reservado, já que contém telefones pessoais de contatos importantes para a Defesa Civil.
Reafirmo a excelente relação que sempre mantivemos e que, estou certo, irá continuar.
Roberto Robadey Jr – Cel BM QOC/85
RG 08820
NOTA DA REDAÇÃO - O inteiro teor desta carta apresenta 40 páginas, com anexos e projetos, motivos pelo qual A VOZ DA SERRA optou por publicar apenas o conteúdo acima, endereçado ao prefeito Dermeval Barboza Moreira Neto.
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