É justo descontar o salário dos professores em greve?

terça-feira, 02 de agosto de 2011
por Jornal A Voz da Serra

Amine Silvares

A greve dos professores continua. Pleiteando por melhores salários, os profissionais da educação seguem em busca de seus direitos com uma greve que já dura mais de dois meses. No entanto, uma decisão da Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro pode fazer com que o movimento perca força nas próximas semanas. A partir do dia 1º de agosto, o governo estadual vai poder descontar do contracheque dos professores todos os dias que eles se mantiverem em recesso. A Voz da Serra foi às ruas para descobrir se o movimento da classe tem apoio popular e o que as pessoas pensam da medida da justiça.

“É incrível uma coisa dessas. Um absurdo. A greve é justa e o governador está sendo injusto com os alunos. Eu mesma tenho filhos em colégios do estado e como a gente fica nesse momento? Os professores estão mais do que certos e se o governador quisesse o bem da população, já tinha resolvido isso há muito mais tempo. As crianças já estão há muito tempo sem aula.”

Rosania de Fátima da Cruz, 40 anos, auxiliar de serviços gerais, Amparo

“Não acho certo. Eles têm o direito de fazer essa greve. O estado não paga bem os professores. Descontar esses dias não é certo.”

Dalva Ubach, 55 anos, dona de casa, Cordoeira

“Isso não deveria acontecer de jeito nenhum, isso é um absurdo. Eu concordo plenamente com essa greve. Descontar esse dinheiro é um abuso.”

Graciê Freiman, 29 anos, inspetora de qualidade, Barra Alegre

“Eu sou contra esse desconto já que o governo vem pagando mal a classe há muito tempo. Eles prometem o aumento todas as eleições e não fazem nada. Eu acho injusto, pois além de pagar mal, eles ainda descontam quando os profissionais exigem seus direitos. Sou totalmente contra essa medida. Acho que o ideal seria buscar um diálogo para achar uma solução que fosse boa para todos e que não viessem com punições, como se fosse um governo autoritário.”

Jorge Paviloski Neto, 59 anos, agente de viagens, Vila Nova

“Os professores tem direito de greve, todo mundo tem. Como que uma pessoa pode trabalhar sem ganhar dinheiro? Essa greve prejudica mais os alunos, pois os professores já estão sendo lesados há anos.”

Xavier de Castro, 80 anos, aposentado, Bairro Ypu

“Eu acho que esse dinheiro não deveria ser descontado, pois se as pessoas têm direito de greve, para poder reivindicar os direitos da classe. Se eles estão se sentindo lesados, têm o direito de demonstrar a sua indignação. Eles estão fazendo um protesto pacífico, já que não podem sair por aí quebrando tudo. Independentemente do professor estar trabalhando ou não, eles têm direito ao salário como qualquer profissional. Se os médicos fazem greve, se o judiciário faz greve e não tem esses descontos, por que fazer isso com os professores?”

Luciana da Silva Rodrigues, 30 anos, cabeleireira, Cachoeiras de Macacu

“Não acho certo o estado descontar esses dias em greve. Os professores têm direito de greve. Tanto alunos, quanto professores saem prejudicados. Os alunos ficam sem ter aula e os professores ficam sem seu salário.”

Juan da Silva Moraes, 18 anos, balconista, Alto de Olaria

“Acho que a greve é justa, pois estão reclamando sobre um direito. Quem trabalha tem direito a seu salário e o ordenado deve ser de acordo com o nível educacional de cada pessoa. Acho também que é muito importante que o estado reveja esse plano. Em se tratando de educação, o Brasil está num déficit horrível. Eu diferencio cultura de educação. Educação a gente traz de casa. É saber respeitar, não jogar lixo nas ruas. Cultura é o que você aprende no colégio. Essa cultura precisa ser valorizada. Bombeiros, professores, policiais, médicos, enfermeiros, todos formam classes de trabalhadores indispensáveis para o bom funcionamento da sociedade. Eles precisam ser muito valorizados.”

Sônia Maria Bravo da Silva, 54 anos, professora, cientista social e gerente, Centro

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS:
Publicidade