Editorial - Ato contra o fato - 20 de julho 2011

quarta-feira, 20 de julho de 2011
por Jornal A Voz da Serra

O ATO público realizado na última sexta feira em Conselheiro Paulino contra a morosidade das obras de reconstrução de muitos lugares do distrito atingidos pela chuva não é um ato isolado no conjunto das consequências da tragédia de 12 de janeiro. Assim como em Conselheiro Paulino, outros bairros “pedem respeito”. E obras.

RECENTE levantamento da secretaria estadual de Obras apontou que Nova Friburgo é o município que mais necessita de recursos para a reconstrução, da ordem de R$ 315 milhões. Quase a metade será destinada ao desassoreamento e recuperação de rios e canais. Cerca de R$ 41 milhões serão aplicados em infraestrutura, R$ 60,6 milhões em encostas, R$ 47,2 milhões em rodovias e R$ 20,4 milhões na agricultura.

O TOTAL previsto para o investimento na região serrana é de R$ 2,5 bilhões a R$ 3 bilhões e as obras deverão durar, no mínimo, dois anos. O difícil trabalho de reconstrução de Nova Friburgo e demais cidades atingidas está sendo possível graças ao apoio dos governos federal e estadual, em que pese a burocracia excessiva que persiste seis meses após a tragédia.

A CRIAÇÃO do Comitê Especial de Reconstrução Rural da Região Serrana, com recursos do Banco Mundial, também foi outra prova da disposição do governador Sergio Cabral em dar uma resposta à sofrida população. O dinheiro será utilizado para recuperar a infraestrutura produtiva, com a compra de máquinas, adubos e fertilizantes. E para reconstruir estradas vicinais, recuperar sistemas de irrigação e reformar moradias.

O MOMENTO de reconstrução pode se constituir num fator propulsor do desenvolvimento de Nova Friburgo e as autoridades mostram que isto é possível. Para tanto, é fundamental que sejam adotadas medidas no plano municipal para que a cidade possa usufruir dos incentivos oferecidos. Esta tarefa garantirá a efetiva ajuda beneficiando toda a comunidade em diversos setores. O que o governo estadual propõe é isto mesmo: que as cidades priorizem as suas obras, pois existe dinheiro para 70 das quase 700 encostas que necessitam de contenção.

TEREMOS um longo período de recuperação que só poderá ser concluído com verbas suficientes e projetos de reconstrução de curto, médio e longo prazos, pois problemas que já ocorriam no município foram agravados ainda mais pela tragédia, como a falta de moradias e a construção em encostas.

TAMANHO esforço deverá vir acompanhado do apoio das forças políticas locais. Caberá a elas a tarefa de planejar com o apoio da sociedade novas ações que levem ao desenvolvimento da comunidade considerando a nova realidade friburguense. É época de pouco dinheiro e muito trabalho.

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