Amine Silvares
O bairro Nova Suíça era um bairro predominantemente rural até o início dos anos 2000, quando começou a receber um grande número de moradores. Pacífico, a natureza predomina num recanto que ainda está sendo estruturado. Mesmo com o aumento do número de habitantes nos últimos anos, Nova Suíça continua necessitando de cuidados e boa parte da população permanece à espera de promessas eleitorais feitas por diferentes governantes ao longo dos anos.
Localizado às margens da RJ-150, uma das principais reclamações é em relação à pavimentação e calçamento de diversas ruas. Em ruas como a Dr. Hélio Maia e a Reinaldo Braga da Silva, os buracos e a poeira atrapalham a vida dos moradores. Elza Pinto da Costa, moradora há 21 anos, reclamou também da falta de transporte público na área. “Eu sou idosa e quando chove fica difícil até pra sair de casa. É muita lama”, destacou. Ela diz que, já que há a necessidade de pagar pelo IPTU e outros impostos, o governo municipal deveria pelo menos garantir os direitos básicos da população.
Um pouco mais abaixo, na Rua Theófilo Fariff, comerciantes e residentes pedem a instalação de quebra-molas para inibir motoristas que ultrapassam os limites de velocidade. “Eles passam correndo e tem criança atravessando a rua, idosos”, relatou um dos lojistas.
Urbanização incompleta cria grandes problemas
A falta de calçamento não é o único problema das ruas de Nova Suíça. Na Rua Romana Villas Boas Schuenk, o esgoto corre a céu aberto, causando mau cheiro nos dias quentes. Em outras ruas, mais acima, os moradores reclamam que não há tratamento algum do esgoto e que canos d’água estouram com certa frequência. “Temos que esperar até três dias para alguém vir e fazer alguma coisa. Enquanto isso, a água escorre pela rua”, contou o morador Gilbe Matos.
No centro do bairro há poucas árvores e o projeto de urbanização faz falta. Faltam também áreas de lazer e recreação. Não há quadras ou parques para crianças. De acordo com um morador, os projetos para a criação de áreas de lazer sumiram da Prefeitura. “Eu comprei um lote aqui nos começo dos anos 90 achando que ia haver urbanização e estou esperando até hoje. Tinha projeto lá na Prefeitura, mas ninguém consegue achar”.
As calçadas também não estão em boas condições, dificultando a vida de cadeirantes e pessoas com carrinhos de bebê. Faltam orelhões nas ruas e o entulho se acumula nas vias que foram afetadas pela tragédia da madrugada de 12 de janeiro, à espera da boa vontade do governo para ser recolhido. Para piorar, nas mesmas ruas em que os dejetos foram encontrados, nota-se que a iluminação pública é insuficiente, enquanto cabos de energia ficam dependurados em meio às vias.
Posto de saúde merece reforma
Apesar de todos os problemas relatados no bairro, a saúde não é um deles. O Posto de Saúde Dr. Luiz Alexandre de Mendonça foi bastante elogiado pela população. “Eles nos tratam muito bem, com muito respeito”, contou Gilbe. A ação dos agentes de saúde também foi bastante enaltecida, com atendimentos pessoais e residenciais. Mesmo assim, o prédio localizado na Rua Salvador da Rosa Canto merece uma nova pintura e pequenos reparos.
Lar da Escola Papette, Nova Suíça continua crescendo, mas sem os cuidados que precisa. Mesmo com a baixa criminalidade, faltam postos de policiamento para garantir a segurança da população. Enquanto esperam por seus direitos serem garantidos, os moradores têm que lidar com os problemas rotineiros, e que se perpetuam no bairro pelos últimos 20 anos.
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