Editorial - Fome de emprego - 25 a 27 de junho 2011

segunda-feira, 27 de junho de 2011
por Jornal A Voz da Serra

A CARÊNCIA de profissionais da área técnica no Brasil não é apenas o único problema da educação no país. Inúmeras empresas encontram dificuldades em recrutar pessoas para as mais diversas áreas funcionais. Do balcão do comércio a postos gerenciais nas indústrias e serviços, as dificuldades revelam esta carência. O fenômeno ocorre também em Nova Friburgo.

PESQUISAS feitas por educadores e instituições mostram que o analfabetismo funcional atinge cerca de 68% da população, medido através das habilidades pessoais de interpretar textos e fazer operações matemáticas. Somando-se aos 7% da população que é totalmente analfabeta, chega-se à constatação de que 75% dos brasileiros não possuem o pleno domínio da leitura, ou seja, apenas 25% estão num nível pleno de alfabetização. Um mau indicador para um país que precisa crescer e se desenvolver.

O RESULTADO, mais uma vez, conduz ao raciocínio lógico e irrefutável dos benefícios que somente a educação poderá dar ao país para mantê-lo em desenvolvimento. Por mais que os governantes encham o peito com o ufanismo das verbas para a educação, ainda falta muito para o país sair desta incômoda posição. Os resultados até agora são insatisfatórios.

AS POLÍTICAS públicas apresentadas nos últimos anos evoluíram, porém não a ponto de significar uma melhoria de suas qualidades. Numericamente os dados educacionais apresentados pelas autoridades são animadores, mas na prática a realidade é outra. Trata-se de muito pouco para um país com uma problemática educacional gigantesca.

O ESTADO do Rio tem avançado em inúmeros setores educacionais e tem destinado verbas para a educação, beneficiando todos os municípios, notadamente os do interior, dentro de uma política de valorização de cidades que até então viviam à margem do desenvolvimento. A inclusão digital torna-se realidade; os programas de formação profissional do magistério têm elevado a qualificação do professor; os estímulos de integração comunitária são muitos.

O MUNICÍPIO, por seu lado, tem feito grande trabalho na valorização do ensino público, inclusive fomentando atividades extracurriculares, como a Oficina Escola de Arte de Nova Friburgo e no fomento à leitura através da Secretaria Pró-Leitura. Contudo, apesar dos avanços, ainda é pouco para preparar os jovens com uma educação mais qualificada. Sabe-se que a evolução dos indicadores sociais é lenta.

A DIVULGAÇÃO do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) não mostra avanço expressivo do Brasil numa lista de 177 países. É preciso investir muito mais e, sem a educação fundamental completa, o nosso desempenho continuará apresentando baixos resultados. Isso não pode continuar ocorrendo num país que tem fome de emprego e renda.

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