Congresso na Hungria destacará projeto cultural friburguense

terça-feira, 21 de junho de 2011
por Jornal A Voz da Serra

Henrique Amorim

O projeto “Jovens vivendo arte contemporânea” — desenvolvido com os alunos do curso de formação de professores do Instituto de Educação de Nova Friburgo (Ienf) desde 2006 e que através de uma série de atividades permite aos adolescentes e futuros mestres a oportunidade de pensar a própria essência do homem através da dimensão poética da criação e transformação do mundo — será conhecido essa semana por professores de diversos países. Alguns dos muitos resultados do projeto criado pelos educadores do Ienf — Rose Borges, César Vasconcelos Lapa e Anna Clara Garcia — serão destacados entre os próximos dias 27 e 30, no congresso educacional Insea World, que acontecerá em Budapeste, na Hungria.

No congresso, Rose Borges e Anna Clara Garcia — que hoje dão aulas de Língua Portuguesa e Literatura no Colégio Estadual João Bazet — irão mostrar para o mundo algumas das muitas atividades desenvolvidas com os jovens de 14 a 18 anos integrantes do “Jovens vivendo arte contemporânea”. Hoje o grupo reúne 25 alunos do antigo curso normal do Ienf. Com a supervisão dos professores-orientadores, foram realizados nos últimos quatro anos diversos encontros semanais com professores de artes, filosofia e literatura, além de visitas monitoradas aos museus, encontros com artistas, oficinas culturais e atividades que estimulam os jovens a pensar e a valorizar a cultura e a arte-educação. Rose e Anna Clara destacarão alguns vídeos, fotografias e réplicas de trabalhos desenvolvidos pelos alunos do projeto.

Em oficina, Rose Borges ensinará como transformar papéis brancos em coloridos com a técnica positivo-negativo

No próximo dia 28, durante o congresso em Budapeste, a educadora de Nova Friburgo, Rose Borges, ensinará grupos de até 30 professores de diversos países a reutilizar material gráfico descartado (lixo de gráficas), reaproveitando a tinta gráfica de revistas velhas, transformando papéis brancos em coloridos a partir da técnica positivo-negativo. A oficina terá uma hora de duração. Nela, Rose destacará como essa técnica é capaz de permitir ainda a criação de figuras através de variadas composições criativas trabalhando-se combinações alternadas e repetitivas.

Na oficina em Budapeste, Rose Borges inspira-se também na obra do artista Vik Muniz, famoso por transformar material descartado em artes. A educadora refere-se ainda a Ernest Fischer com a obra “A necessidade da arte”, na qual ele defende a tese de que “a forma é a manifestação de um estado de equilíbrio alcançado em um determinado momento, e as características imanentes ao conteúdo são o movimento e a transformação”.

A participação em eventos internacionais não é novidade para Rose Borges. Ela já participou de dezenas de congressos na Argentina, Canadá, Portugal, Austrália, Estados Unidos e Japão e também no Brasil. Um trabalho de arte e cultura desenvolvido no Ienf foi destaque em 1999 num congresso na Austrália e Rose tem ainda no currículo participações especiais em demais eventos nacionais e internacionais com o projeto “Dali aqui – um mundo de sonhos”, com alunos do Colégio Estadual Galdino do Valle, além de trabalhos, como “Zumbi e a estética visual da máscara africana”, “Artes visuais no ensino médio na visão do homem primitivo”, “Como trabalhar fotografia em sala de aula”, entre tantos outros.

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