Henrique Amorim
Depois de quase cinco meses de interdição pela Defesa Civil por conta da tragédia do último 12 de janeiro, o Teatro Municipal de Nova Friburgo — que teve um camarim e dois banheiros atingidos por uma avalanche do morro do teleférico — foi reaberto no último sábado, 4, em grande estilo, com um espetáculo especial da Orquestra da Universidade Candido Mendes. A Ucam, inclusive, é a grande responsável pela reabertura do teatro, no Suspiro, pois custeou todos os reparos necessários e ainda refez a pintura do hall de entrada. O serviço foi realizado pela empresa friburguense Estrutural Engenharia. O custo total da obra não foi revelado.
“O secretário municipal de Cultura, Roosevelt Concy, também é diretor executivo da Ucam e bastaram apenas dois minutos de reunião para ele expor o problema enfrentado pelo teatro e sensibilizar a universidade, que imediatamente viabilizou os reparos e acelerou a entrega do teatro à população de Nova Friburgo e região, que têm de volta agora sua expressão máxima da cultura”, destacou o pró-reitor de expansão da Ucam, Alexandre Gaze, ao observar que “já passava da hora do Municipal ser reaberto, pois um dia perdido na cultura jamais pode ser resgatado”.
Emocionado com a reabertura do teatro, Gazé disse ainda que a Ucam teve muito orgulho ao proporcionar a reforma, pois a Prefeitura não possuía recursos para tal. “Com o teatro de volta fazemos a roda rodar. Ganha a cultura, ganha o turismo com o prestígio dos visitantes ao nosso teatro e ganha a Ucam, pois com mais gente vindo para Nova Friburgo, se apaixonando pela cidade e transferindo residência para cá, muitos poderão tornar-se alunos da Candido Mendes também”, observou ele diante do “muito obrigado” do prefeito Dermeval Barboza Moreira Neto, que destacou a força da parceria em prol do desenvolvimento do município.
“Quis Deus que o Municipal fosse poupado. Tivemos avarias apenas nos fundos do prédio. E quis Deus também que a reconstrução da cidade começasse justamente por um símbolo da cultura. Reabrir o Municipal é uma celebração à vida, uma recuperação da alma. Já havia um clamor pela retomada das atividades do teatro e nada melhor que a Orquestra da Ucam para marcar a volta da catedral da cultura da região e de um comportamento da sociedade local”, enfatizou o secretário de Cultura e diretor executivo da universidade, Roosevelt Concy, que anunciou na ocasião a retomada também da parceria cultural com o Sesi, garantindo as apresentações de dois espetáculos por mês no Municipal, além da realização ali dos congressos da Embrapa e de geologia.
Orquestra da Ucam: um espetáculo de rara beleza
Como já era esperado, a Orquestra da Ucam, formada em sua maioria por alunos da única escola superior de música do interior do Estado, no campus Nova Friburgo, fez bonito e emocionou o bom público que compareceu ao Municipal em noite de frio e chuva. A camerata da Ucam recepcionou a plateia ainda no hall do teatro com a execução de “La Tempesta di Mare”, de Vivaldi, com solo do flautista Hélder Teixara. No palco, a orquestra brilhou e encantou, sob a regência do maestro Francisco Fernandes Filho e seu regente assistente, Marcos Botelho, também trombonista da Sociedade Musical Euterpe Friburguense.
A Orquestra da Ucam apresentou peças variadas, como “Preciosa”, “Humoreske”, “Moon River”, “Tapajônia”, “Finlândia - Op. 26”, “Tango Brasileiro” e até um can-can de surpresa, que animou o público, convidado pelo maestro Francisco para um acompanhamento com palmas. A apresentação integrou também mais uma atividade do movimento desenvolvido pelos professores e alunos para a valorização daquilo que Nova Friburgo tem de melhor, denominado “A Nossa Friburgo”.
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