Hoje abrirei um espaço na coluna para que o próprio atleta fale de sua experiência e de sua visão sobre a nutrição esportiva. Entrevistei o ex-jogador de voleibol brasileiro, que se destacou na seleção brasileira e no exterior, Alexandre Ramos Samuel, mais conhecido como Tande. Ele integrou a seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de Barcelona 1992 (quando conquistou a medalha de ouro), Atlanta 1996 e Sydney 2000. Depois optou pelo vôlei de praia, onde jogou até 2004.
Tande resume a sua alimentação hoje em dia como saudável. Procura fazer refeições a cada três horas e seu prato é sempre rico em legumes e verduras. “Tenho muito cuidado também com a alimentação dos meus filhos. Eles também comem verduras diariamente e procuramos comer alimentos orgânicos” diz ele.
Mas sua alimentação nem sempre foi assim. “Quando comecei a jogar em 1988, pouco se sabia sobre alimentação e sua importância no rendimento do atleta. Fomos pioneiros e aprendemos as coisas na prática, errando e acertando”, conta. Tande fala que para ele, em especial, era difícil, pois tinha hipoglicemia (baixa de glicose no sangue) muitas vezes ao final das partidas e também durante os treinos. “Fazíamos coisas erradas, como correr em jejum, pois pouco sabíamos sobre nutrição esportiva. A nutrição começou a ter mais espaço em 92, e a partir daí começamos a evoluir mais”.
Tande conta que a equipe não tinha muita preocupação com a recuperação muscular pós-treino e por isso o rendimento caía muito durante um campeonato. “Em uma escala de um a dez, eu começava o primeiro jogo rendendo dez, mas podia cair para cinco em partidas finais”, conta.
Além disso, com o treinamento exaustivo e sem reposição nutricional adequada, estava muitas vezes doente. “Sempre pegava uma gripe, tínhamos pouquíssimas suplementações. Eventualmente tomávamos creatina ou um multivitaminico”. Tande conta também que tinha dificuldade de ganhar peso, e sentia que a falta de massa muscular fazia diferença, ele rendia menos do que poderia.
Hoje em dia ele conta que está bem diferente. “Há um centro de treinamento em Saquarema onde os atletas têm todo acompanhamento nutricional, médico e de profissionais do esporte”. Ele reconhece que o esporte evoluiu muito nos últimos tempos, e diz que quando começou a jogar na praia (em 1996) já se conhecia muito melhor e por isso sabia fazer escolhas alimentares bem mais eficientes para sua performance. “Amadurecimento e autoconhecimento” define ele. Tande encerra a entrevista dizendo que a boa alimentação é fundamental não só para os atletas, mas também para a saúde de qualquer pessoa. Agradeço ao ex-jogador pela entrevista, muito obrigada, Tande por esta oportunidade. Até sábado que vem!
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