Eloir Perdigão
O Dia Mundial do Meio Ambiente vem aí. É comemorado no dia 5 de junho. Mas, que tal tomar uma decisão importante para o meio ambiente já? É só começar a juntar o óleo vegetal usado em casa e enviá-lo para reciclagem.
Basta uma garrafa pet de dois litros. Quando ela estiver cheia, é só chamar a equipe da empresa Disque Óleo para recolhê-la. Isto pode ser feito individualmente ou vilas, condomínios e associações e moradores. Nestes dois últimos casos, a empresa disponibiliza até uma bombona para acondicionamento do óleo.
A preservação do meio ambiente é a grande prioridade do nosso dia a dia. São conhecidas as contaminações que o óleo de cozinha acarreta ao ser jogado na água ou no solo. O despejo do óleo de cozinha usado nas pias traz como consequências entupimento das tubulações que conduzem os efluentes domésticos e poluição dos rios e do solo. Além de impedir esses efeitos nocivos, ao se evitar que o óleo seja despejado nas tubulações, impede-se que ele chegue às estações de tratamento que vão compor o sistema de despoluição dos rios da cidade, facilitando esse serviço. Estima-se que o tratamento de esgoto, por exemplo, torna-se 45% mais oneroso pela presença de óleos residuais domésticos nas águas servidas.
Recolhimento e destino do óleo
Para facilitar essa tarefa está atuando em Nova Friburgo desde 2008 a empresa Disque Óleo. O trabalho foi iniciado pelo comércio, em restaurantes, lanchonetes e demais empresas que têm refeitórios e restaurantes. Agora o recolhimento do óleo vegetal será estendido às residências.
O representante da empresa em Nova Friburgo, Alessandro Vinícius de Souza, diz que cada garrafa pet de óleo recolhida representam 200 mil metros cúbicos de água sem poluição. No comércio ele tem usado um álibi para incentivar a separação e o recolhimento do óleo vegetal usado: a troca por produtos de limpeza, como cloro, desinfetante, rodo, vassoura, pano de chão. E o resultado está sendo considerado muito bom.
No primeiro mês de trabalho foram recolhidos dois mil litros de óleo no comércio. Com o passar do tempo essa quantidade chegou a sete mil litros. A tragédia climática de janeiro passado interferiu nesse trabalho e hoje o recolhimento de óleo está entre quatro a cinco mil litros por mês.
Depois de coletar o óleo de 90% do comércio, a meta da empresa é chegar às residências, individuais, em vilas, condomínios e associações de moradores. Da parte de cada morador é muito fácil. Basta juntar o óleo numa garrafa pet e levar até o ponto de recolhimento.
Para que o óleo seja recolhido — individualmente ou em grupos — basta entrar em contato com a empresa, que envia um veículo até o ponto informado. Da mesma forma como outros materiais já são separados e encaminhados para reciclagem, como vidro, papel, papelão, plástico e metais, o mesmo deve ser feito com o óleo de cozinha usado.
O comércio deverá ser adesivado, com inscrições como “Eu dou destino ao meu óleo ecologicamente correto. Sou participante”. Alessandro espera que as pessoas, ao irem ao estabelecimento comercial adesivado, tenham a atenção despertada para essa forma de colaborar com a natureza.
E mesmo que seja apenas uma garrafa pet é interessante para a empresa recolhê-la. Alessandro dispõe de uma pesquisa que aponta ter Nova Friburgo 258 mil litros de óleo por mês jogados fora. Isso implica dizer que estão sendo coletados apenas dois por cento do óleo usado da cidade. “Então qualquer quantidade é aproveitável, porque é menos resíduo de óleo para contaminar a natureza, visto que um litro de óleo contamina cem mil metros cúbicos de água. É uma poluição devastadora e não há como se repor isto”, frisa Alessandro.
Ele avisa que a empresa tem condições de fornecer uma bombona para cada vila, condomínio e associação de moradores para recolhimento do óleo usado. Até igrejas podem participar, como já acontece com a Paróquia São Roque, em Olaria, onde fica uma bombona de 60 litros. A comunidade enche esse recipiente duas a três vezes ao mês. “Os paroquianos têm sido um braço forte nessa questão do recolhimento do óleo”, salienta Alessandro. E complementa: “Basta partir da disposição de querer ajudar o meio ambiente. Hoje somo nós, mas quem vai desfrutar mais ainda do que estamos fazendo hoje, no presente, num futuro que está muito próximo, são nossos filhos, nossos netos, bisnetos e outras gerações que vão surgindo”.
A Disque Óleo recolhe o óleo vegetal usado e o processa, separa toda a sujeira e o destina à sede da empresa, na cidade do Rio de Janeiro, que o envia a programas do governo, da agricultura — como biodiesel e suplementos agrícolas à base de óleo — e fábricas de sabão. Hoje o diesel vendido nos postos tem de 3% a 4% de biodiesel. Segundo Alessandro, a meta é que cem por cento do diesel vendido nos postos seja biodiesel. A borra resultante da limpeza do óleo é destinada à EBMA, que por sua vez, tem o local certo para dar destino a esse material. A empresa Disque Óleo faz, inclusive, um pagamento à EBMA, como se fosse a taxa de lixo residencial ou comercial.
Os telefones para o recolhimento do óleo usado são 2520-5921 e 9705-2400. A equipe da Disque Óleo, além de ir aos locais de recolhimento do óleo usado, também pode fazer palestras e dar orientações, como parte da estratégia para divulgação desse serviço.
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