Karina Monnerat
A Coordenadoria do Bem-Estar Animal (Coobea) é um órgão da Prefeitura de Nova Friburgo criado com o intuito de fazer cumprir leis que preveem multas e prisão para quem comete qualquer tipo de maus-tratos e violência contra os animais — abandono, espancamento, mutilação, envenenamento, entre outros crimes. As ações de repressão são feitas a partir de denúncias da própria população que flagra esses atos. Através das denúncias é possível punir os responsáveis pela violência cometida. Detectada a agressão, a Coobea emite um aviso extrajudicial aos praticantes de maus-tratos, notificando que tal ação é crime e pode resultar em multas e até mesmo prisão. Após o procedimento, se o infrator persistir com a violência, a denúncia é encaminhada à Polícia Militar.
Além de fazer cumprir a lei — seu principal objetivo — a Coobea também executa ações para promover a melhoria da qualidade de vida dos animais de ruas e dos que pertencem a proprietários de baixa renda, auxiliando-os com atendimento médico-veterinário e alimentação. Recém-empossado como responsável pela Coobea, o médico veterinário Luiz Fernando Bonim explica que a coordenadoria tem uma série de projetos que serão executados a longo e médio prazo. Entre eles está o de promover a castração e esterilização cirúrgica de cães e gatos mediante cadastro dos proprietários de animais que possuem baixa renda — além de felinos e caninos de rua. O processo de castração será feito em uma clínica veterinária e serão dadas aos proprietários todas as recomendações do pós-operatório. Com a esterilização pretende-se fazer controle populacional, evitar acidentes de trânsito causados por animais abandonados na pista, evitar ataques de cães, ninhadas indesejadas, melhorar a convivência urbana e diminuir o número de zoonoses (doenças transmitidas dos animais para os humanos).
Outros projetos a serem iniciados são: atendimento clínico veterinário destinado aos animais de pessoas de baixa renda — onde eles possam ser levados e atendidos por voluntários — e a ‘cãoterapia’, que é um trabalho onde os cães são usados nos tratamentos de reabilitação de crianças autistas e com outras deficiências mentais. Outra vertente deste projeto é a hipoterapia: a utilização dos cavalos abandonados nas rodovias — problema que ocorre com frequência na cidade — nos tratamentos de reabilitação. A Coobea também está fazendo o estudo de um projeto de educação infantil, que pretende educar as crianças sobre o respeito aos animais, o que são os maus-tratos e o que elas podem fazer quando presenciarem algum ato de violência.
O grupo pretende ainda fazer outras ações na cidade, como a criação de um cemitério para animais, o censo animal — com o propósito de fazer um estudo da população equina, canina e felina na cidade — e a identificação eletrônica desses bichos, através de chips que possibilitam a localização dos proprietários de animais caso estes sejam abandonados.
Denúncias
A população é a maior aliada nas ações de proteção aos animais, já que é através das denúncias que as autoridades punem os praticantes dessa violência. É importante a presença de provas como: fotografia, número da placa do veículo (no caso de atropelamento ou abandono) e informações sobre o agressor, assim como um relato detalhado do ocorrido. As denúncias podem ser anônimas e deve ser feitas com abertura de registro de ocorrência nas delegacias, pelo 190 da Polícia Militar ou ainda através da Coobea, pelo telefone 2522-1356. As pessoas que fizerem tais denúncias terão seus nomes resguardados e atuarão somente como testemunhas dos maus-tratos.
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