Cercar a praça ou permitir os abusos?
José Duarte
Noite de sábado, entre 20h30 e 21h15, Praça Getúlio Vargas lotada. Crianças, jovens e adultos se aglomeram nos bancos e jardins da principal praça da cidade. O que não está previsto são os assaltos que acontecem duas vezes, num espaço de 45 minutos: na primeira, três adolescentes que estavam sentados num banco conversando são abordados por um grupo de aproximadamente oito garotos, que assaltam os adolescentes e rapidamente se dispersam, correndo para várias direções. No segundo assalto, pouco mais de 15 minutos depois, na alameda central da praça, um casal de namorados sofre arrastão de quatro garotos, que em velocidade roubam a bolsa da mulher e saem correndo em direção à rodoviária urbana.
Uma equipe de reportagem do jornal estava na praça no momento dos dois assaltos e testemunhou tudo. A Getúlio Vargas, outrora ponto de encontro de casais de namorados, lugar de lazer de idosos e de retreta de bandas locais, hoje é um local de brigas constantes, tráfico de drogas e assaltos frequentes, inclusive durante o dia.
Na Getúlio Vargas, a iluminação, mesmo depois da reforma da Rio Luz após a tragédia, ainda é deficiente. O parquinho infantil constantemente é depredado e à noite os brinquedos são usados por marmanjos.
Os bancos também são violados, assim como as estátuas. Num passado recente, inclusive a imagem de São Cristóvão foi roubada e até hoje ninguém sabe como.
A cabine de policiamento militar implantada no centro da praça foi retirada, mas é certo que a presença de policiais 24 horas coibia abusos e assaltos. Desde que a praça ficou entregue a todo tipo de ação, se tornou um dos lugares mais perigosos da cidade. Talvez a solução para estes problemas seja cercar a praça com grades fechá-la com portões, como há em algumas grandes cidades, abrindo-os pela manhã. Nas grandes capitais e até algumas cidades do interior, como Campinas, todo o ABC (SP) e Juiz de Fora (MG), algumas cidades do Rio Grande do Sul e Paraná, todas as praças são cercadas, têm portão abertos às 6h e fechados às 22 ou 24h.
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