Os cerca de 160 alunos do primeiro segmento do ensino fundamental (1º ao 5º anos) da Escola Municipal João Vicente Valadares, no bairro Debossan, tiveram que ser transferidos emergencialmente desde o último dia 21 de março para as salas da catequese da capela de São Judas Tadeu e o núcleo comunitário Luz da Serra, ambos próximos à escola, devido à interdição da unidade pela Defesa Civil. O prédio da escola, reformado recentemente — e mesmo sem ter sofrido qualquer avaria com as chuvas de janeiro —, foi interditado por precaução, devido a uma encosta bastante íngreme nos fundos do educandário. Técnicos da Defesa Civil temem que, caso chova forte, a encosta deslize e atinja o prédio, alunos e professores.
Outras quatro escolas da rede municipal de ensino — Tiradentes, no distrito de Amparo e Helena Coutinho, no bairro Olaria, e as creches Emília Adelaide e Emílio Melhorance — atingidos diretamente pelas chuvas, necessitam de reparos e obras urgentes e, portanto, permanecem interditadas. A Secretaria Municipal de Educação estima ser necessário pouco mais de R$ 1,13 milhão para a recuperação estrutural das escolas e a contenção das encostas ao redor das unidades com muros de concreto armado — e estuda a possibilidade de viabilizar parcerias para execução das reformas emergenciais.
Esta não é a primeira vez que os alunos da Escola Municipal João Vicente Valladares são transferidos para a capela e o núcleo Luz da Serra. Há pouco mais de quatro anos a escola foi temporariamente fechada para obras de reforma do prédio, situado em meio a curvas sinuosas da RJ-116 (Itaboraí-Comendador Venâncio/Itaperuna).
— Quem passa por aqui e olha para a escola não entende o motivo da interdição. O prédio está reformado e pintado e a encosta nos fundos não teve avarias, mas é uma precaução. Já pensou acontecer uma desgraça num ambiente cheio de crianças? — observa o pai de um aluno da escola.
A interdição do prédio, porém, gera polêmica no bairro Debossan, pois alguns responsáveis a definem como uma medida exagerada, pois a encosta não foi afetada pelas chuvas.
— Nossos filhos estão estudando em espaços improvisados sem necessidade — reclamou esta semana a mãe de um aluno da escola, por telefone, à redação de A VOZ DA SERRA.
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