Henrique Amorim
Primeiro, a Rua General Osório teve o trecho entre o Suspiro e a Rua Aristão Pinto invertido. O caos no trânsito se alastrou por todo o centro da cidade e a Autarquia Municipal de Trânsito (Autran) voltou atrás. Dias depois, a mão de toda a Rua General Osório foi alterada novamente e a via voltou a ter o sentido original sul-norte. Recentemente o órgão anunciou a inversão do sentido da Rua Monsenhor José Antônio Teixeira (antiga São João), o que ainda não aconteceu. Tantas alterações em pouco tempo confunde motoristas e pedestres — por isso a reportagem de A VOZ DA SERRA foi às ruas para saber a opinião de populares sobre o assunto.
“Mudar o trânsito com muita frequência é prejudicial, pois nem todo mundo vem ao Centro todos os dias. Esses anúncios de mudanças constantes geram bastante expectativa e acabam confundindo muita gente. Outro dia eu mesma tive que ir dirigindo até a Rua General Osório e fiquei com dúvida. Não sabia se acessava a rua pelo Suspiro ou se teria que fazer o contorno depois do fórum da Avenida Euterpe Friburguense, pois num dia a mão de direção era para um lado e depois mudou tudo de novo. Tinha que haver pelo menos uma campanha maior de divulgação antes da mudança”.
Helen Angelo Corrêa, estagiária da Associação Comercial (Acianf), Prado,
“Em minha opinião, falta planejamento. Tinha que ter sido feito antes um estudo prévio de toda a malha viária da cidade para então depois iniciar-se as mudanças que tivessem sido apontadas nessa avaliação. Mudar mãos de direção bruscamente atrapalha, pois gera muita confusão, principalmente nas horas de pico, para os motoristas e também para os pedestres e usuários de ônibus. Quem não mora aqui e costuma vir a Nova Friburgo como eu com frequência já estranha, imagine só os turistas. Trânsito só funciona com planejamento”.
Jairo Leitão Feitosa, servidor público, Cabo Frio
“Acredito que toda mudança é válida. Se essas alterações recentes foram colocadas em prática, certamente pretenderam tentar melhorar o nosso trânsito, que é de difícil solução, pois o número de carros aumentou consideravelmente nos últimos anos sem que a cidade fosse preparada para isso. Nossa geografia dificulta a abertura de novas vias. Todos esses testes que a Autran vem fazendo valem a pena para saber qual a melhor solução. Tem que se tentar para ver se dá certo”.
Luiz Fernando Bachinni, presidente do Nova Friburgo Futebol Clube
“Com mudança ou sem mudança, o trânsito de Nova Friburgo não melhora e vem causando muitos transtornos não só aos motoristas, mas também aos passageiros dos ônibus. Alguns pontos são mal-localizados e sem sinalização adequada. As mudanças recentes comprovaram que a situação é crítica. Tentou-se mudar para melhorar o problema e não se conseguiu. É preciso que seja feito um estudo mais detalhado para tentar se encontrar uma solução. Do jeito que está não dá”.
Adilson Augusto Aires, comerciante, Prado
“A Autran mexeu no trânsito e já foi comprovado que não adiantou nada. Até piorou em alguns locais. O jeito, então, é voltar tudo como era antes, inclusive o Paissandu. Pelo menos até que sejam colocadas em prática as tão anunciadas medidas, como a cobrança do estacionamento nas ruas transversais à Avenida Alberto Braune, gerando mais vagas para os motoristas, a construção da estrada do contorno, que reduziria o tráfego de veículos pesados no Centro, e outras medidas que são muito faladas, mas que não saem do papel. Nova Friburgo, hoje, não tem opção para alteração de trânsito”.
José Expedito, taxista do ponto base da Rua Fernando Bizzotto
“Recentemente o superintendente da Autran (coronel Celso Novaes) disse à imprensa que para mexer no trânsito é preciso dinheiro e, para tanto, iria terceirizar o estacionamento rotativo. Tomara que com esse investimento ele consiga investir na recuperação dos sinais, na valorização salarial dos agentes de trânsito, com maior capacitação profissional e, principalmente, na contratação de um amplo e detalhado projeto de engenharia de trânsito, que sempre faltou em Nova Friburgo. Existem profissionais gabaritados para isso no Brasil. Vamos então contratá-los e por em prática o que esse estudo apontar. O que não pode é sermos submetidos a testes que, no final das contas, diminuem o congestionamento de um lugar levando-o para outro”.
Angélica de Paes Ribeiro, universitária de Direito, Mury
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