Amine Silvares
Dois meses após a tragédia que atingiu sete municípios da Região Serrana do Rio de Janeiro, o carnaval trouxe a esperança de começar a reaver o turismo em Nova Friburgo. Nos distritos de São Pedro e Lumiar, que passaram praticamente incólumes pelos desmoronamentos, os hotéis e pousadas não constataram a mesma prosperidade dos anos anteriores — mas mostram que os turistas ainda acreditam nas opções de turismo da serra.
Com a páscoa chegando, os hotéis de Nova Friburgo pretendem afastar de vez o fantasma da catástrofe climática e mostrar que ainda existem muitas coisas boas a ser exploradas na cidade. Se, durante o carnaval, muitos não tiveram suas vagas completamente preenchidas, como nos anos anteriores, a expectativa é de que no próximo feriadão os turistas voltem com mais força. O empresário Marcelo Fontes contou que o movimento durante o carnaval foi satisfatório. “Trabalhamos bem. Dos nossos 13 chalés, 12 estavam ocupados. Uma pena que a chuva tenha atrapalhado”, revela. Ele ainda declarou que muitos clientes escolheram ir embora na terça-feira por causa da chuva.
Nos estabelecimentos pesquisados é unanimidade: o movimento para esta época do ano está bem aquém do esperado. “Algumas pessoas que vieram para o carnaval já remarcaram, mas está fraco ainda”, relatou Marcelo. Em outros locais ainda não houve procura, nem mesmo por parte dos clientes que costumam vir todos os anos. O proprietário Jair Gonçalves lamenta que o medo de que uma nova tragédia aconteça esteja afastando os turistas. “A gente costuma ter agendamentos logo depois do carnaval, mas, até agora, ninguém procurou”, constatou.
Se a chuva e o mau tempo têm atrapalhado a vida dos hoteleiros, a saída pode vir através da internet. Vários empresários lançam conteúdo online nos sites dos próprios hotéis e pousadas para manter seus possíveis clientes informados sobre a situação da cidade. Junto com os pacotes oferecidos, o freguês pode ver notícias de como está Nova Friburgo, e até mesmo das estradas que dão acesso à cidade.
O plano para o feriado da Páscoa deve ser mantido ao longo do ano ou, pelo menos, até o turismo ser restabelecido ao seu ritmo normal. Para que isso aconteça serão necessários investimentos públicos para a prevenção de novas tragédias, a fim de tranquilizar os visitantes e mostrar que a cidade não oferece perigos. Enquanto isso, a grande parte da população que depende de atividades do setor para sobreviver sofre com o movimento insuficiente e espera por ações rápidas para voltar a viver os dias em que os hotéis, pousadas e restaurantes podiam respirar aliviados.
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