Amine Silvares
O mercado imobiliário de Nova Friburgo já foi mais farto. Após a tragédia de janeiro, as casas e apartamentos disponíveis na cidade passaram a ser disputados por quem tenta reconstruir a vida após perder tudo. Os imóveis disponíveis que resistiram em áreas de risco já foram ocupados, apesar da possibilidade de novos deslizamentos de terra, caso volte a chover forte. E nos locais considerados seguros já não há mais opções.
A maior parte das imobiliárias não tem opções para locação. As raras casas e apartamentos que surgem costumam ter aluguéis acima do preço de mercado, ou não estão em boas condições de conservação. Quem procura um novo lar reclama da falta de alternativas — e, especialmente, dos preços. “Eu estava olhando apartamentos antes da chuva e os aluguéis tinham um preço. Depois, os mesmos imóveis estavam com outro valor”, afirmou Regina Costa. No entanto, os agentes imobiliários negam e reiteram que os valores continuam os mesmos.
A qualidade dos imóveis disponíveis também tem sido um grande motivo de reclamação. “Fui ver uma casa que estava com as paredes descascadas”, conta um locatário, que preferiu não se identificar. As imobiliárias justificam que, quando o domicílio não está em boas condições, o valor das possíveis reformas é abatido no aluguel. “Várias pessoas aceitaram este acordo e ele me parece bastante justo”, diz um representante de imóveis.
Nos locais menos afetados, como Cascatinha, Olaria e Perissê, os imóveis que constavam foram rapidamente locados, porém, a grande quantidade de desabrigados e desalojados fez com que até os bairros afetados fossem procurados. “As pessoas não querem ficar na casa dos parentes para sempre”, completou Regina.
Aumentou o número de imóveis à venda
Numa tendência oposta, o número de imóveis à venda parece ter aumentado, já que muitas pessoas afetadas diretamente pela tragédia, e também as não afetadas, escolheram deixar a cidade. O motivo é o medo de reviver uma nova tragédia.
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