Ministério da Pesca ajudará produtores de pescado de Nova Friburgo e região

terça-feira, 15 de março de 2011
por Jornal A Voz da Serra

Sensibilizada com os danos provocados pela tragédia de janeiro na Região Serrana, a ministra da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvatti, enviou na sexta-feira, 11, representantes para avaliarem a situação e levantarem as principais demandas dos produtores locais. Após a visita a alguns criadores de pescado de Nova Friburgo (principalmente truta), foi realizada reunião com membros da Cooperativa dos Produtores Rurais Criadores de Pescado da Região Serrana e Centro-Norte Fluminense.

A questão principal levantada na reunião foi a dificuldade de acesso às linhas de financiamento dos bancos – que exigem a licença ambiental, documento que nenhum produtor local possui ainda. A criação da cooperativa, iniciada em 2009 e concluída em 2010, tem como ação primordial e prioritária resolver esta questão, mas a burocracia sempre foi um impedimento para a realização deste objetivo.

Receptivos ao problema, os representantes do Ministério, a engenheira Maria Paula Almeida e a bióloga Micheline Marcon; o analista do Inea (Instituto Estadual do Ambiente), Carlos Eduardo Veiga de Oliveira e o biólogo e pesquisador da Fiperj (Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro); além da superintendente do Inea na região, Margareth Nacif, todos se comprometeram em montar uma estratégia para agilizar a solução e, provavelmente, criar uma licença ambiental provisória para que os produtores possam conseguir crédito – e reiniciar suas atividades.

Segundo Maria Paula, a visita teve o objetivo de documentar de forma exploratória algumas unidades de produção de truta na Região Serrana do Rio de Janeiro para o embasamento pericial e consequente emissão de licenciamento provisório. A proposta do licenciamento provisório para os truticultores é fruto de uma negociação realizada entre o Ministério da Pesca e Aquicultura, a Secretaria de Meio Ambiente do Governo do Estado e o INEA.

Entretanto, o pouco tempo é o maior obstáculo, segundo os criadores, pois se eles não conseguirem produzir os alevinos (filhotes de peixe) até o mês de julho, só será possível restabelecer a produção no próximo ano, o que provocará a interrupção definitiva das atividades de diversos produtores, prejudicando ainda mais o mercado e gerando novos prejuízos e desemprego.

Por esta razão, ficou acordado que, nesta segunda-feira, 14, em reunião já agendada na sede do Inea, no Rio de Janeiro, essa seria a questão central – com o compromisso de agilizar a solução.

Ao contrário de outros tipos de criação que prejudicam sobremaneira o meio ambiente, como a pecuária e a suinocultura, a truticultura é uma forma ecológica de manejo sustentável do meio ambiente, pois, para seu êxito, é necessário preservar as nascentes, matas e florestas para manter os rios limpos, condições básicas para a criação de trutas. E a preocupação dos membros da cooperativa é que áreas preservadas com a criação de pescado que não sejam recuperadas acabem se transformando em pasto, prejudicando o meio ambiente.

Embora a Cooperativa não abrigue apenas produtores e criadores de truta, mas de outros pescados como a tilápia, crustáceos e moluscos como o escargot, em Nova Friburgo, a criação que mais se expandiu nas últimas décadas foi a de truta. Tanto que é considerada como uma atividade ligada diretamente ao turismo, pela questão ambiental, pois as áreas de criação são integradas ao meio ambiente, e também pela gastronomia, pois diversos restaurantes têm a truta como prato principal. A truta é um excelente substituto da carne. Rica em proteínas e sais minerais como o cálcio, fósforo, iodo, cobalto, contém também vitaminas A, D e B.

O diretor-presidente da cooperativa, Osvaldo Antonio Lucho Junior, ao término da reunião, disse estar otimista e espera que a solução para os criadores chegue com a agilidade necessária para que a criação de pescado na região possa ser retomada o quanto antes.

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