Bruno Pedretti
Na manhã desta sexta-feira, 18, o secretário municipal de Educação, Marcelo Verly, juntamente com o coordenador da Defesa Civil, Roberto Robadey, o secretário de Comunicação Social, David Massena, e o proprietário do Laboratório Medeiros Consultorias, Marcos Medeiros, que é responsável pela análise de qualidade da água no município, concederam entrevista coletiva no auditório do prédio da Oi/Telemar, localizado em frente à prefeitura. O objetivo foi divulgar algumas conquistas e comentar os prejuízos que as chuvas de janeiro causaram no setor da educação.
A segurança das unidades de ensino é a prioridade no momento, já que inúmeras construções em Nova Friburgo foram abaladas por conta da catástrofe. “A volta às aulas é necessária, pois existem muitos pais que precisam trabalhar e não têm como deixar seus filhos sem ocupação, mas o principal é retornar o ano letivo com segurança, isso é fundamental”, frisou Marcelo Verly. Foram definidas três datas para os alunos da rede pública de ensino retornarem às atividades: nesta segunda-feira, 21, no dia 28 e no dia 14 de março. “A gente espera que todos os alunos já frequentem as escolas até o dia 14 de março”, disse o secretário de Educação.
A infraestrutura das escolas antes da tragédia, que já era precária, foi agravada com as chuvas de janeiro. “Foram atingidas 94 unidades, três destruídas parcialmente e seis interditadas”, relatou Marcelo Verly. No primeiro momento, a Secretaria de Educação registrou 28 abrigos e 1.300 pessoas abrigadas nas escolas e creches. “Ainda existem 142 pessoas abrigadas nas unidades do município, porém, este número vem diminuindo a cada dia, pois os friburguenses estão recebendo aluguel social, estão se estruturando, procurando a casa de familiares e amigos. Eles também estão preocupados com os próprios filhos que estudam nas unidades e procuram alternativas para poder liberar a escola”, afirma Verly.
De acordo com o secretário, foram tomadas duas decisões primordiais. “O primeiro fundamento foi o laudo da Defesa Civil para cada unidade educacional, e o outro um laudo contendo a análise bacteriológica da qualidade da água”, ressaltou.
O coordenador da Defesa Civil mostrou fotos da tragédia em Nova Friburgo, fazendo um comparativo entre antes e depois. Roberto Robadey afirmou que cerca de três mil bombeiros militares estavam empenhados nos trabalhos no município, com 593 veículos, 122 motos, além das operações aéreas. O Hospital de Campanha da Marinha, montado na Praça Dermeval Barbosa Moreira, realizou 1.744 atendimentos médicos, 78 atendimentos psicológicos e 833 atendimentos sociais, mostrando a importância que teve a unidade de saúde para Nova Friburgo.
Foi registrada a saída de muitos donativos, entre eles, 12.606 cestas básicas, 94.575 litros d’água, 18.865 litros de leite, 3.572 colchões, e outros itens fundamentais para auxiliar as famílias que sofreram com a catástrofe. Segundo Roberto Robadey, 121 áreas precisarão de algum tipo de manutenção. O prejuízo ainda não foi calculado, mas já chega a R$ 190 milhões e estima-se um total de R$ 2 bilhões. “Foram muitos avanços, pois a cidade já voltou ao normal em grande parte do município. A prioridade é tratar dos problemas coletivos; 134 unidades educacionais já foram vistoriadas e ainda há 6.500 vistorias para fazer”, revelou o coordenador da Defesa Civil.
O proprietário do Laboratório Medeiros Consultorias, Marcos Medeiros, afirmou que a água nas unidades de ensino está em boa qualidade. “Em todas as análises que foram feitas a água apresentou boa qualidade, está potável. É importante informar para que as pessoas não bebam água de nascente, não é recomendado. Água boa é água tratada, para evitarmos doenças”, enaltece Marcos.
O secretário de Educação agradeceu a todos que estão empenhados no trabalho de volta às aulas. Verly disse ainda que 20 mil cartilhas foram oferecidas pela Editora Abril, com dicas para o retorno as aulas. Emocionado, o secretário informou a quantidade de alunos e profissionais que perdeu na tragédia. “Perdemos 66 alunos e cinco profissionais, a princípio. Tivemos muitas perdas de material didático e permanente, mais ou menos R$ 10 milhões de prejuízos para o setor, mas já fizemos o requerimento ao MEC”, destacou.
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