Ponte dos Ingleses está entre as mais de 500 que caíram na região

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
por Jornal A Voz da Serra

Durante o temporal de janeiro mais de 500 pontes ruíram na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro, dificultando o acesso a muitas comunidades. Num primeiro momento, para o socorro, e depois, para os devidos atendimentos. A maioria dos friburguenses nem chegou a tomar conhecimento do desabamento de muitas delas, até por se situarem em locais distantes, no interior do município. É o caso, por exemplo, da chamada Ponte dos Ingleses. Localizada entre a Fazenda da Laje, em Conselheiro Paulino, e Janela das Andorinhas, em Riograndina, a Ponte dos Ingleses servia ao ramal ferroviário de Dona Mariana. Com a desativação da malha ferroviária na região, no fim da década de 60, esta ponte foi adaptada para o trânsito de veículos.

Situada em local de muita beleza natural, além de servir de caminho aos moradores das redondezas, a Ponte dos Ingleses integrava um percurso muito apreciado pelos excursionistas e caminhantes em geral, que partiam do bairro Floresta, passando pelo Cemitério Trilha do Céu, Fazenda da Laje, e seguiam até Janela das Andorinhas ou Riograndina. Ou faziam o percurso inverso. Como da ponte se descortinavam belas paisagens, muitos paravam ali para apreciá-las, tirar fotos, descansar, tomar água e lanchar. Os alpinistas gostavam de usar a estrutura dessa ponte para a prática de rapel (descida e subida por cordas), já que ela era muito alta.

Pela Ponte dos Ingleses também passavam os visitantes da propriedade conhecida como Manoel do Queijo, muito apreciada para banhos de rio. O acesso agora só pode ser feito por Riograndina, aumentando o percurso em mais de meia hora, de carro.

De acordo com o subsecretário de Conselheiro Paulino, Juarez Corrêa (que também já foi secretário do 6º distrito), muitas barreiras deslizaram na estrada de acesso à Fazenda da Laje e Ponte dos Ingleses. Boa parte delas foi removida, ainda assim só passam veículos leves até a antiga Escola Vale de Luz. Depois, só a pé. Os ônibus seguem somente até a Fazenda da Laje (iam até a antiga Escola Vale de Luz).

Para Juarez, ficam bastante prejudicados o turismo e o escoamento de produtos agrícolas locais, principalmente os produtores de caqui de Janela das Andorinhas, uma das maiores produções dessa fruta em Nova Friburgo. De acordo com Juarez, não há caminho alternativo e a solução e dar a volta por Riograndina.

O subsecretário revela que a ponte até pode ser reconstruída, porém o trabalho deverá ser todo especial, devido ao local ser de difícil acesso, à altura da ponte e aos deslizamentos ao redor. “Só mesmo com verba federal”, salienta. “Foi uma obra fantástica para a época”, frisa Juarez, “toda feita sem cimento, em cima de blocos de pedra, um verdadeiro trabalho artesanal, sem guindastes, só com ferramentas manuais”. Ele lembra que o motivo da queda da ponte foram as barreiras nas laterais, pois a ponte caiu inteira e só se partiu após a queda. Em visita ao local, o subsecretário observou que os parafusos nem enferrujados estavam.

USINAS – Juarez Corrêa informou ainda que nas proximidades da Ponte dos Ingleses barreiras também destruíram a tubulação que conduzia água para a Usina Xavier, da Energisa, em Riograndina. Outra usina da Energisa igualmente danificada foi a do Véu das Noivas. Ambas estão paralisadas desde então. O gerente da Energisa Nova Friburgo, Amaury Damiance, confirmou estas informações.

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