Missa de 7° dia pelos falecidos da tragédia superlota catedral

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
por Jornal A Voz da Serra
Missa de 7° dia pelos falecidos da tragédia superlota catedral
Missa de 7° dia pelos falecidos da tragédia superlota catedral

Centenas de católicos lotaram a Catedral São João Batista na noite de terça-feira, 18, para a missa de sétimo dia por todos os mortos da catástrofe que arrasou Nova Friburgo na madrugada do último dia 12. “Estou com a lista dos mortos, mas não vou citar nomes. Vou rezar por todos os que se foram, encontrados ou não, porque todos são filhos de Deus e com certeza estão com o Pai”, afirmou D. Edney Gouvêa Mattoso, bispo da Diocese de Nova Friburgo e presidente da celebração.

‘Te Amarei’, foi a música de entrada da missa que traduz a posição de todos diante de Deus. ‘Me chamastes para caminhar na vida contigo, decidi para sempre seguí-lo e não voltar atrás”, diz trecho do cântico que transmite a mensagem ‘somente Deus é a única salvação’. Na liturgia os textos do Livro da Sabedoria e o Evangelho de São João refletiram o sentimento de cada coração friburguense.

Na homilia, D. Edney foi muito sensível quando declarou: “O coração da nossa cidade chora. Muitos de seus filhos se foram. Choramos porque não os vemos mais. Todos nós ainda estamos sob o impacto da tragédia que se abateu sobre nós na madrugada do dia 12 de janeiro. A vida dos justos está nas mãos de Deus. Para onde olhamos só vemos tristeza e devastação. Mais do que nunca a nossa fé deve ser maior. Sabemos que é uma tarefa árdua, porque muitos entes queridos não estão mais entre nós. Desde a madrugada do dia 12, temos gravado nos nossos corações as imagens, sons, pedidos de socorro, desespero, destruição. Nós vamos crescer, vamos caminhar de mãos dadas, mas não vamos esquecer. Estamos num tempo duro de semear, o solo do nosso coração foi marcado pela semente da dor. As águas que se passaram por nós levaram todo o indiferentismo e o individualismo. Mas uma grande lição aprendemos disso tudo: Ou ajudamos uns aos outros ou morremos. Vejo nisso tudo um sinal de Deus, um recado para todos nós. Pode tudo desmoronar ao nosso redor só não podemos perder a nossa fé”, finalizou o bispo.

No interior da igreja dezenas de pessoas mostravam sua dor, através do choro, às vezes contido e às vezes libertado. No altar a única coisa que sobrou da capela Santo Antonio na praça do Suspiro: a imagem do santo intacta como se nada tivesse acontecido. Wellington, o rapaz resgatado com seu filho Igor de seis meses e que sobreviveu porque ele o alimentou com sua saliva disse emocionado: “Estou bem, perdi entes queridos, mas Deus me deixou vivo para que eu possa reconstruir minha vida junto com essa benção aqui no meu colo”, salientou.

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