Hora de ajudar os idosos da Casa-Lar

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
por Jornal A Voz da Serra
Hora de ajudar os idosos da Casa-Lar
Hora de ajudar os idosos da Casa-Lar

Henrique Amorim

Prestes a completar 12 anos de atividades ininterruptas, a Casa-Lar República Renascer, mantida por um grupo de abnegados do Clube dos Amigos de Nova Friburgo (Canf), na Avenida Júlio Antônio Thurler, ao lado do Sase, no bairro Olaria, está ameaçada de fechar, deixando sem amparo 12 idosos que residem no local. Outros cerca de cem idosos do Centro de Convivência da Feliz Idade, que realizam atividades terapêuticas e desenvolvem artesanato no local, também estão apreensivos com a possibilidade do encerramento das atividades. A má notícia surgiu às vésperas do último Natal, quando a direção da entidade beneficente constatou que a queda nos repasses federais mensais, já observada há alguns meses, seria mantida, inviabilizando o pleno funcionamento da Casa-Lar.

Dos R$ 2,59 mil enviados todos os meses pelo Ministério da Previdência e Assistência Social e a Prefeitura de Nova Friburgo, o depósito caiu para R$ 644 por mês. “Não é preciso entender muito de matemática para saber que com este valor não dá para manter a república em funcionamento”, observa a secretária Eunice Xavier Lobo, lembrando que a Casa-Lar tem um despesa média mensal de R$ 9 mil. Só com açougue e supermercado são gastos R$ 5 mil por mês, sem contar mais R$ 1,4 mil de aluguel, que já teve comunicado de reajuste para os próximos meses; R$ 1,2 mil de salário para duas funcionárias; R$ 580 de água e luz, e demais despesas fixas.

Eunice explica que a queda na subvenção se deu por determinação do governo federal, que suspendeu o repasse de proteção básica, beneficiando cada asilado com somente R$ 67 por mês. Para tentar impedir o fechamento da instituição, a direção pretende apelar para a solidariedade dos friburguenses, que serão sensibilizados a ajudar a Casa-Lar com doações em dinheiro. “Graças a Deus recebemos cestas básicas constantemente e alimentos, através da Casa da Amizade do Rotary Clube. Precisamos mesmo de dinheiro para tocarmos a administração, pagarmos contas e despesas da casa”, sustenta Eunice, que já anuncia a reativação da rede de solidariedade da Casa-Lar, com o retorno dos carnês de associados.

A entidade, inclusive, já teve 30 associados que contribuíam mensalmente com doações espontâneas. “Agora pretendemos reativar nossa cartela de associados e captar novos doadores. Qualquer contribuição será bem-vinda até que o governo reveja esse posicionamento, aumente o repasse ou, quem sabe, se Deus quiser, surja alguma outra alternativa que mantenha essa obra social em atividade”, acredita a secretária, que também é socióloga e uma verdadeira apaixonada pela instituição e seus moradores.

Ideia da direção é aumentar a quantidade de idosos beneficiados

Mesmo ante à crise instaurada com a queda dos repasses federais, a direção da Casa-Lar República Renascer está confiante que conseguirá dar a volta por cima e acredita que será possível realizar um grande sonho: oferecer amparo a mais idosos. Hoje os 12 vovôs e vovós que moram lá pagam R$ 200 por mês, e convivem em total harmonia numa casa bastante ampla e arejada, com salas, refeitórios e banheiros espaçosos e seis quartos. Os moradores têm até cinco refeições diárias e os que têm autorização de familiares podem sair sozinhos.

Na Casa-Lar, o atendimento médico é feito em parceria com o vizinho Sase. Idosos com necessidades especiais não são aceitos na instituição, já que não há serviço de enfermagem nem acompanhantes à noite. A Casa-Lar funciona mesmo nos moldes de uma república. A instituição surgiu de um ato de total generosidade de Eunice Lobo que, na época, atuando na Secretaria Municipal de Assistência Social de Nova Friburgo, com idosos, observou que a maior queixa era a dificuldade em pagar aluguel. “Alimentação nunca foi problema, pois há diversas instituições e pessoas que ajudam com cestas básicas. O que pesava mesmo na vida desses vovôs era o custo com moradia. Aí tive a ideia de criar uma república para eles. No final década de 1980, a Prefeitura chegou até a elaborar um projeto de construção dessa república, com 18 casinhas, mas infelizmente a ideia não virou realidade e a Casa-Lar foi criada num imóvel alugado. Quem sabe um dia conseguiremos comprar uma casa para a nossa república”, acredita Eunice Lobo, também colunista de A VOZ DA SERRA.

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