Pedido o tombamento do Cine Theatro do Amparo

quarta-feira, 05 de janeiro de 2011
por Jornal A Voz da Serra

Eloir Perdigão

O Cine Theatro Almeida, no centro do distrito de Amparo, teve o seu pedido de tombamento protocolado na Câmara Municipal de Nova Friburgo pelo vereador Isaque Demani (PR), no início de dezembro passado, através da indicação legislativa 17/10. De acordo com o documento, o vereador indica ao Executivo o tombamento do antigo prédio do Cine Theatro Almeida, no 4º distrito, tornando-o patrimônio histórico-cultural do município de Nova Friburgo, já que foi um dos primeiros do Estado do Rio de Janeiro. Com esta medida, Isaque espera que aquele patrimônio seja protegido da especulação imobiliária e perpetuada a história do distrito.

Na realidade, a indicação do vereador cria condições para o tombamento de todo o centro de Amparo, dando ênfase ao Cine Theatro Almeida, como patrimônio histórico-cultural de Nova Friburgo. Com o tombamento, Isaque julga que seja impedida sua demolição sob qualquer pretexto, além de oferecer desconto no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e outros impostos municipais, bem como passa a ser uma forma de estimular os herdeiros a preservar o imóvel.

MOBILIZAÇÕES DA COMUNIDADE – O primeiro passo parece que já foi dado no sentido de satisfazer a comunidade amparense e friburguense em geral. Mas a tarefa não se desenha tão fácil assim. O imóvel é alvo de disputa de herdeiros, situação intrínseca que deve levar muito tempo para que tenha uma solução da Justiça.

Por outro lado, enquanto os herdeiros se digladiam na Justiça, o imóvel sofre as ações do tempo. Com sua estrutura física fragilizada, talvez fosse mais interessante que a comunidade se movimentasse no sentido de primeiramente conseguir a recuperação daquele patrimônio e, posteriormente, cuidasse dos entraves burocráticos, incluindo aí os herdeiros.

O tempo é implacável e não se pode demorar com a burocracia e correr o risco de mais tarde não haver mais o que fazer com o imóvel em si. Poder público – Executivo e Legislativo –, juntamente com a comunidade, devem traçar prioridades na luta pela preservação daquele espaço. Se há pendengas de difícil solução, estas devem ser postergadas em prol da recuperação física imediata do imóvel. Uma comissão ou conselho, com integrantes do poder público, herdeiros e comunidade, deveria ser organizada a fim de estabelecer o caminho a seguir. Há necessidade premente de mãos à obra já. Enquanto é tempo.

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