O que você acha do papa ter declarado que o uso de preservativos só é aceitável em certos casos?

terça-feira, 30 de novembro de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Amine Silvares

A invenção da pílula anticoncepcional, na década de 1960, e a epidemia de HIV, iniciada na década de 1980, fizeram com que o uso de métodos contraceptivos se popularizasse, criando polêmica com a Igreja, que alega que o propósito do sexo seria somente a reprodução humana. Cerca de 30 anos mais tarde, o papa Bento XVI muda o discurso e afirma, em uma série de entrevistas concedidas ao escritor alemão Peter Seewald, para o livro “Luz do mundo: o Papa, a Igreja e os sinais do tempo”, que o uso de preservativos é aceitável “em certos casos”. A mudança significativa na posição da Igreja em relação à prevenção é o tema deste Opiniões, que foi às ruas saber se a alteração na postura do pontífice ainda influencia a vida das pessoas.

“Sou muito liberal, mas acho que o papa não devia ter feito isso. Ele precisa se resguardar nesse sentido, mas, como se trata de ‘certas ocasiões’, vamos concordar com o pontífice.”

Pedro Madureira, 79 anos, comerciante, Centro

“Eu acho que ele está certo. Já houve a polêmica com o aborto e ele foi contra, e liberando isso, deve diminuir o índice de gravidez e de aborto também. Acho que as pessoas ainda se importam com a opinião do papa.”

Guilherme Pontes, 43 anos, vendedor, Vila Amélia

“Acho importante a opinião dele. Tem muita gente que escuta e muita gente que não. Esse assunto deveria ser abordado para evitar doenças, contagio. A igreja deveria apoiar mais.”

Jefferson França, 28 anos, tatuador, Catarcione

“Estava mais do que na hora dele liberar. As pessoas não se importam com a opinião dele em relação ao sexo, cada um faz o que quer da vida. Não é por causa de uma religião que você não vai ser feliz. Eu acho que tem que liberar tudo, pois cada um faz o que quer. Se a pessoa é homossexual, ela tem que ser respeitada.”

Fernando da Silva, 29 anos, pintor, Amparo

“As pessoas católicas seguem o que os padres falam, mas acho errado pois não adianta ele pregar uma coisa e a gente saber que a realidade é outra. Tem muita propaganda de conscientização de jovens, pois eles não estão se preocupando em usar a camisinha. Nem jovem, nem adulto, é só ver os números crescentes da Aids. Os jovens não se importam nem com a Aids, nem com o que o papa fala.”

Luciana Lattanzi, 42 anos, professora, Bom Jardim

“Cada um tem sua opinião sobre esse assunto, depende muito da religião da pessoa. É um assunto difícil de discutir. Penso que cada um deve fazer o que quer, mas que se não utilizar nenhuma pílula, nenhum remédio, deve usar a camisinha. A gente sabe como é a questão das doenças sexualmente transmissíveis e da gravidez.”

Pedro Formiga, 17 anos, estudante, Bela Vista

“Acho que ele tá certo, todo mundo tem que usar. Os jovens não se preocupam com nada. São poucos os que se importam.”

Terezinha da Silva, 68 anos, aposentada, Centro

“Achei errada a declaração dele. Se liberou pra um grupo, tem que liberar pra todos os casos. A maioria dos jovens não se preocupa com a opinião do papa.”

Alice Araújo, 64 anos, aposentada, Centro

“Os jovens não se importam, a maioria não segue uma religião. Em determinadas ocasiões, eu acho certo. Não sou a favor do sexo deliberado.”

Chaira Freitas, 22 anos, estudante, Teresópolis

“A camisinha deve ser usada sempre. Mesmo que o papa seja contra, as pessoas precisam se cuidar. Os jovens não ligam pro que ele fala porque as determinações da igreja estão ultrapassadas. Se eles tivessem apoiado a camisinha desde o começo, provavelmente, muitos jovens não teriam se distanciado da religião.”

Sara Silva, 35 anos, comerciante, Rio de Janeiro

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