A dona de casa Adriana Amélia dos Santos procurou a redação de A VOZ DA SERRA, semana passada, para denunciar que sua filha de 14 anos teria sido agredida fisicamente, no último dia 27 de outubro, pela diretora da escola Educandário Serrano, Ester Cardinot. A adolescente ficou com hematomas no braço e arranhões em uma das mãos, após ter recebido uma suspensão. O fato foi denunciado ao Conselho Tutelar e à 151ª DP, onde o delegado José Pedro Costa da Silva determinou que Adriana, a estudante e a diretora da escola sejam ouvidas em depoimentos. A aluna chegou a ser submetida a exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Teresópolis, mas o laudo ainda não foi liberado.
De acordo com a estudante, que cursa o 9º ano, ela e mais alguns colegas da mesma turma retornaram à sala de aula antes do término do intervalo, e lá permaneceram na presença de uma professora, até que uma coordenadora da escola chegou à sala para apanhar alguns trabalhos de alunos e não conseguiu entrar, porque a porta estava emperrada. Ainda segundo a adolescente, como o regulamento da escola proíbe que alunos permaneçam nas salas de aula durante os intervalos, a coordenadora a teria ofendido e anunciado que iria puni-la com uma suspensão.
Ao fim da aula, a estudante disse que a diretora determinou que ela fosse para a secretaria, onde receberia a suspensão e que, em seguida, a diretora a puxou pelo braço e apertou sua mão, machucando-a. A menina disse ainda que a agressão aconteceu na presença dos demais alunos. Adriana foi chamada à escola, mas disse que ao conversar com a direção não encontrou com a filha, e voltou para casa pensando que o incidente fora de menor gravidade. Porém, ao chegar em casa e constatar os hematomas na menina, resolveu denunciar o caso às autoridades.
Diretora tem outra versão para o caso
Ainda na semana passada, a reportagem de A VOZ DA SERRA procurou, por telefone, a diretora da escola, que se defendeu alegando que a aluna arranhou a própria mão, a fim de tentar imputar-lhe a acusação. Segundo a diretora, ela apenas pegou a adolescente pelas mãos, sem machucá-la, ao final da aula do dia 27, solicitando que ela comparecesse à secretaria, mas que, naquela ocasião, a menina teria se revoltado com a situação e demonstrou muita agitação.
“Resolvi puni-la com a suspensão no fim da aula para não despertar a curiosidade dos demais alunos, mas a menina se recusou a aceitar a punição e disse que não iria para a secretaria. Puxei-a pela mão solicitando que ela descesse as escadas, mas jamais a teria machucado, pelo contrário. Ela, em seguida, desceu as escadas sozinha”, sustentou a diretora, destacando ainda que no momento em que a menina e os demais alunos foram flagrados trancados na sala de aula, durante o recreio, não havia nenhuma professora no local e que, durante todo o tempo em que a aluna esteve na secretaria da escola, ela ficou esfregando as mãos para forçar uma vermelhidão. “Estou sendo vítima de calúnia e difamação, e exigirei uma reconstituição desse caso”, garantiu a diretora.
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