Henrique Amorim
Os bancários de Nova Friburgo e de mais 24 estados brasileiros e ainda o Distrito Federal continuam hoje, 1º, a greve deflagrada desde quarta-feira, 29 de setembro. A categoria cruzou os braços em protesto contra a decisão da Federação Nacional dos Bancos (Febraban), que mantém a proposta de 4,29% (acumulado oficial da inflação) de reajuste salarial contra os 11% pleiteados pela categoria, mais participação nos lucros e resultados dos bancos e abono. De acordo com o Sindicato dos Bancários de Nova Friburgo, 24 agências não funcionaram no primeiro dia do movimento no município e pelo menos 400 bancários não trabalharam.
Ontem, 30 de setembro, muitos aposentados que preferem receber os benefícios da Previdência Social diretamente nos guichês das agências tiveram dificuldades para operacionalizar os caixas eletrônicos dos setores de autoatendimento, mas foram orientados pelos grevistas. Os terminais de autoatendimento estão sendo abastecidos com dinheiro normalmente, mas o Sindicato dos Bancários orienta a população a dar preferência ao pagamento de contas nas lotéricas, correspondentes bancários ou pela internet, evitando filas nos terminais eletrônicos das agências.
De acordo com o presidente do sindicato, Max José Nunes Bezerra, somente os cinco maiores bancos (Itaú/Unibanco, Caixa, Bradesco, Real/Santander e Banco do Brasil) lucraram no primeiro semestre deste ano R$ 21,3 bilhões líquidos, média que cresceu 32% em relação ao ano passado. Em carta aberta aos clientes, o sindicato destaca que para obter altos lucros os bancos massacram os bancários obrigando-os a bater metas de vendas de seus produtos a base de assédio moral e pressão permanente que fazem muitos funcionários adoecerem.
Desentendimento na porta do Bradesco
Ontem, no início da tarde, foi registrado o primeiro incidente da greve dos bancários em Nova Friburgo. O gerente de contas do Bradesco, Gustavo Coimbra de Oliveira, e o bancário Fernando Roque Bard, registraram queixa na 151ª DP alegando terem sido impedidos pelos grevistas de entrar na agência para trabalhar. Gustavo disse ainda ter sido constrangido por um fotógrafo do Sindicato dos Bancários que, em seguida, o teria agredido, junto com outras pessoas. Fernando disse na delegacia que tentou defender o colega e também foi agredido pelo grupo. Gustavo relatou ainda que teve a mão esquerda ferida pela máquina fotográfica. O caso deverá ser encaminhado ao Juizado Especial Criminal de Nova Friburgo (Jecrim).
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