Henrique Amorim
A campanha de vacinação antirrábica, para cães e gatos, que acontece anualmente no terceiro sábado de setembro, não será realizada amanhã, 18, em todo o estado do Rio de Janeiro. A superintendência do Departamento de Vigilância Ambiental e Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde alega que o motivo da transferência da vacinação para o próximo dia 16 de outubro se deveu a problemas operacionais e técnicos. A assessoria de imprensa do órgão na capital informou ainda que apenas repassa aos municípios fluminenses os lotes de vacinas enviados pelo Ministério da Saúde.
O adiamento, porém, surge após a confirmação, desde a semana passada, pelo próprio Ministério da Saúde, da morte de 79 cães e gatos em três estados brasileiros, após terem sido vacinados contra a raiva, que não vitima no Brasil nenhum ser humano desde a década de 1980, quando as campanhas de vacinação passaram a ser intensificadas pelo governo. Só no estado de São Paulo, onde a vacinação antirrábica teve início mês passado, mais de 121 mil cães e gatos foram imunizados e pelo menos 567 animais tiveram reações adversas após terem sido vacinados. Muitos pararam de comer, apresentaram dificuldade para respirar e tiveram crises de convulsões, hemorragias e choques anafiláticos. A maioria dos animais mortos após a vacina eram gatos e tinham menos de 6,5 quilos.
Os veterinários, inclusive, confirmam que é normal os animais apresentarem reações após serem vacinados, desde inchaço no local da aplicação injetável até anorexia, letargia e febre. Vale lembrar que a raiva é transmitida por um vírus e atinge de maneira letal o sistema nervoso dos animais. A doença é transmitida aos seres humanos através da mordedura dos animais infectados que devem ser sacrificados.
Fórmula da vacina mudou neste ano
Neste ano, pela primeira vez, a vacina antirrábica foi fabricada com o cultivo de células in vitro. Até 2009 a vacina os testes para produção eram feitos em camundongos. O Ministério da Saúde, responsável pela distribuição das vacinas para as secretarias de saúde dos estados, não sabe ainda quais as causas das mortes dos animais imunizados. Em Nova Friburgo, desde que foi anunciada o adiamento da vacinação antirrábica, houve aumento considerável por vacinas em clínicas veterinárias particulares que cobram entre R$ 40 e R$ 70 cada aplicação.
“Sempre optei por vacinar meus cães todos os meses de setembro durante a campanha do governo, mas desde que soube das mortes dos animaizinhos em São Paulo, desconfiei da fórmula utilizada para composição dessa vacina e optei por vacinar meus cães numa clínica particular”, disse a dona de casa Angélica Fernandes Souto, que chegou a enfrentar fila. Assim como ela, muita gente tem optado pelas vacinas particulares. “Soube através de um funcionário da clínica que a fórmula da vacina particular é diferente da utilizada pelas vacinas do governo”, completou Fabiano Christian dos Prazeres, que também levou seu cãozinho labrador para vacinar esta semana numa veterinária do Centro.
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