A leitura é um hábito que ainda não é amplamente praticado pela maioria dos brasileiros. A cultura oral, herdada dos antepassados indígenas, continua tendo grande influência mesmo nos dias de hoje. Apesar disso, parece que o cenário está mudando. Com algumas iniciativas para incentivar a leitura, os brasileiros estão descobrindo os prazeres e vantagens desta atividade.
Em Nova Friburgo, no bairro Olaria, a pequena Sala de Leitura Cecília Meireles, localizada próxima à LBV, na Avenida Júlio Antônio Thurler, tem mudado a realidade de crianças e adultos. De segunda a sexta-feira, entre 9h e 17h30, pessoas de todo o município podem contar com a Sala de Leitura Cecília Meireles, que possui em seu acervo títulos de grandes escritores e até obras não tão conhecidas, disponíveis para leitores de todas as idades.
O destaque do projeto fica por conta das crianças, que têm incentivado os pais a criar o hábito da leitura e a apanhar livros emprestados. Elas vão com os pais ao local e indicam obras, levando a cultura para dentro de casa. O espaço é democrático e qualquer pessoa tem acesso aos livros, como uma funcionária partidária, que trabalha por perto e pega livros, que lê enquanto toma conta da placa de um candidato.
O projeto é de iniciativa pública e já existe há alguns anos, mas foi nos últimos meses que a sala foi organizada para receber visitantes, com um incentivo da Secretaria Pró-Leitura. Cleide Sancho, bibliotecária e coordenadora do projeto, contou que a pequena biblioteca funciona como uma extensão da Biblioteca Municipal, no Centro, e acredita que o projeto possa chegar a outros bairros.
Ela relata que “a sala é pequena, mas já faz um movimento enorme”. Moradores de bairros próximos, como Cascatinha, vão até Olaria buscar livros sem a necessidade de apanhar ônibus, em vez de se locomoverem até o Centro. “Em vários bairros, com várias salinhas, pode-se fazer uma coisa gigantesca”, propõe a coordenadora.
Na sala de leitura, a maior parte dos livros é nova e já estão chegando mais obras para o acervo. O bom estado de conservação das obras se deve também ao cuidado dos leitores, que são incentivados pelas funcionárias a zelar pelo material.
Motivo de orgulho para as bibliotecárias do projeto, Ana Lúcia Ventura e Solange Montechiari, a sala de leitura tem despertado pequenos talentos, como uma das jovens frequentadoras, que tem a iniciativa de formar rodas de leitura para contação de histórias. O ambiente agradável atrai leitores, que vão tanto para pesquisar quanto para ler e retirar livros emprestados. Os frutos deste bom hábito são sentidos principalmente no desenvolvimento escolar, como destacou Solange. “A questão do aprendizado é que é importante. Que a criança aprenda a gostar de ler, para aprender a gostar de estudar”, declarou.
Com o crescimento do projeto, a sala deve receber workshops e rodas de leitura já em outubro. O hábito da leitura pode ser criado em qualquer idade, o importante é praticar. Ler amplia o vocabulário, a imaginação, as percepções. Não faz mal e não tem contraindicações.
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