Enquanto os sempre entusiasmados integrantes do grupo chegavam à noite do último sábado, 4, para mais um de seus encontros anuais, ao longo dos mais de 20 anos, a recepção aos mesmos era ao som de música, na praça Getúlio Vargas. O concerto especial do projeto cultural Banda na Praça, com a Campesina Friburguense, foi dedicado pela Prefeitura/Secretaria de Cultura em homenagem aos ex-alunos no 60º aniversário do Ginásio/Colégio Nova Friburgo da Fundação Getúlio Vargas, extinto desde 1977, mas que continua reunindo seus remanescentes, todos os anos, para o desfile de 7 de setembro em Nova Friburgo.
Além disso, a participação do prefeito e engenheiro Heródoto Bento de Mello, na visita ao Centro de Memória do G/CNF, no domingo, 5, nas dependências do antigo educandário, foi outro momento especial.
Sob a regência do maestro Marcus Almeida, a Campesina fez sua apresentação no projeto cultural, próximo ao coreto da Getúlio Vargas, um sábado antes do dia geralmente agendado para o concerto Banda na Praça, uma vez que a agremiação musical tem viagem agendada para a Alemanha na próxima semana. Tendo a antecipação do concerto coincidido com o Encontro Anual dos Ex-Alunos, optou-se pela homenagem.
Além da boa música, em clima agradável de noite pré-primaveril, com muita emoção e descontração, o concerto contou ainda com uma surpresa: na platéia do espetáculo, a trovadora Elisabeth Souza Cruz se inspirou e compôs uma trova especial alusiva aos ex-alunos e ao Colégio: “A história da Fundação,/ pelo ensino pioneiro,/ é um marco da Educação/ no cenário brasileiro”, para enorme satisfação de ex-alunos presentes, a exemplo do presidente Fernão Gondin, Maria Alice Antunes, Leandro Erthal, Mario Capelutto, Jayme Baltazar, entre outros.
Prefeito também é parte da história
Acompanhado dos secretários de Governo, Braulio Rezende, e de Comunicação Social, Girlan Guilland, bem como do Presidente da Fundação Dom João VI, Nelson Bohrer, o Guguti , e do arquiteto Ronaldo Lo Bianco – ambos ex-alunos – e recebido, respectivamente, pelo presidente e a vice da associação, o engenheiro militar Fernão Gondin da Fonseca e Maria Alice Antunes, o chefe do Executivo se sentiu em casa, ao lembrar que fora o engenheiro responsável pelas obras de adaptação do prédio para a instalação do colégio, na década de 1950.
“O começo de minha vida (profissional) está aqui, antes mesmo de vocês. Faço parte também dessa história”, relembrou, contando aos ex-alunos que um de seus primeiros empregos em Nova Friburgo, em 1948, foi na empresa do então ex-prefeito e engenheiro Cesar Guinle, que conduziu as adaptações do prédio construído a princípio para ser um hotel cassino. Heródoto revelou curiosidades da obra que até os ex-alunos desconheciam.
Percorrendo todos os setores do museu, o prefeito pôde conferir fotos, documentos antigos (como a relação dos jogadores da seleção brasileira de futebol, que treinaram no Colégio Nova Friburgo para a Copa de 1954 e, ainda, muitas peças intactas, reproduzindo um pouco do que foi a mais bem sucedida experiência pedagógica da América Latina, a exemplo de parte do refeitório do educandário, sua enfermaria, cuja enfermeira tinha o curioso nome de Maria Boa Morte), sala de aula, barbearia, laboratório de ciências naturais e até o altar da capela.
“Isso é formidável. Deus do céu!”, maravilhava-se a todo instante o chefe do Executivo, ressaltando: “que coisa boa manter essa memória. É enternecedor. Até para mim é sensacional, pois apesar de não ter feito parte do colégio, participei de seu início”, afirmou Heródoto, relembrando e contando detalhes do projeto de engenharia.
O prefeito ainda citou que o prédio, em estilo normando, do antigo Colégio da Fundação, tem que constar do programa de tombamentos de prédios históricos, que vem sendo conduzido pelo paisagista e historiador Luiz Fernando Dutra Folly.
Caneta de presente
Ao lado ainda de outros ex-alunos, como Jayme Baltazar Magalhães, também um dos seis ex-presidentes da Associação de Ex-Alunos; do veterano professor Joaquim Trotta e, ainda, da secretaria executiva Açocê Rosa, o prefeito encontrou um grande amigo, o médico Walther Soares da Cunha, acompanhado dos filhos – também ex-alunos – na visita como parte da programação oficial do Encontrão deste ano, que se estende pelo feriadão da Independência, tendo como ponto alto o desfile de 7 de setembro, na Avenida Alberto Braune.
Enquanto visitava o museu, o secretário Braulio fez questão ainda de adquirir um exemplar da caneta comemorativa ao 60º ano e, juntamente com os diretores da AEX, presenteou o prefeito, como registro de sua passagem pelo Centro de Memória.
Localizado na praça do Canhão – peça instalada na parte exterior do museu, o qual faz parte da historia dos ex-alunos como um marco de resistência – o Centro de Memória foi inaugurado há exatos dez anos, em 1990, nas comemorações do Cinquentenário do G/CNF.
Uma placa à sua entrada, no entanto, registra a data de fundação da entidade (28 de novembro de 1987) assinalando assim que, há mais de 23 anos, se mantém vivos os ideais do estabelecimento de ensino, que mesmo fechado há 33 anos, ainda proporciona a mágica da amizade duradoura de centenas de seus ex-alunos.
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