Sala Mônica Araújo completa dez anos

quinta-feira, 02 de setembro de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Eloir Perdigão

Quem nunca visitou ou já ouviu falar da Sala Mônica Araújo? Não parece, mas este espaço cultural completa dez anos de atividades nesta quinta-feira, 2 de setembro. Tudo começou quando a musicista, que curtia bateria, Mônica Araújo, se mudou de Niterói para Nova Friburgo a fim de administrar a Pousada Bela Vista (Avenida Euterpe Friburguense, 33, Centro), de sua família. Já à frente do estabelecimento, foi se entrosando com as artes e artistas locais e decidiu designar um espaço da pousada para este segmento. Extrapolando seu próprio espaço, porém, sem sair da avenida que a acolheu, Mônica idealizou o Corredor Cultural Euterpe Friburguense, inicialmente integrando a sala, que recebeu seu nome, a centenária banda Euterpe Friburguense e o Grêmio Português de Nova Friburgo.

Depois de organizar seu espaço cultural, quando desativou os quartos da frente da pousada para tal finalidade, Mônica, entre eventos e cursos das áreas cultural e turística, conheceu a professora Jane Ayrão, palestrante de um dos cursos que participou e com quem trocou conhecimentos sobre a cultura em Nova Friburgo. Foi Jane que lhe deu todo o apoio que precisava na nova empreitada.

O espaço cultural não deu a Mônica retorno financeiro algum, mas um total retorno no aspecto cultural. “Foi uma missão”, acrescenta. E afirma a total satisfação com o resultado do novo trabalho, até porque era seu, particular, sem quaisquer interferências. Mais de 170 exposições foram realizadas ali nesses dez anos, de todas as tendências, com artistas amadores e profissionais, locais, nacionais e até do exterior. Era procurada por outros agentes de eventos para ali desenvolver seus projetos, como cinema, a exemplo do Fricine Ambiental.

Todo mês havia uma exposição diferente. Mônica só desacelerou seu ritmo há um ano, para um tratamento de saúde. Teve que fazer um remanejamento, não há mais exposições, e sim, a galeria, com acervo próprio, e o memorial contendo quadros, esculturas, livros, recortes de jornal e fotografias, inclusive as que registram eventos da Banda Euterpe e do Grêmio Português, entre outros detalhes multicoloridos. “É um pequeno Pro-Memória da Mônica e de todos que prestigiaram este espaço”, compara. Daqui para a frente, a galeria só terá exposições esporádicas, a convite de Mônica.

Mônica se espantou com tanta coisa que fez ao longo da existência de seu espaço cultural e com o que juntou durante esse tempo. Agora, quem visita sua galeria verá fotografias de Regina Lo Bianco, xilogravuras de Fábio Herdy, pintura em madeira de pinho de riga de Cláudia de Farah, escultura de Mário Moreira, trabalhos em madeira de J. Galvão, além de seus próprios trabalhos de pintura conceitual.

Mônica Araújo: uma nova fase, com sua própria arte

Mônica Araújo, nesta nova fase, em que diminuiu o ritmo para tratamento de saúde (“foi minha aposentadoria”, diz, entre risos), passou a se dedicar à própria arte, e mais a si própria também. Define sua tendência como arte conceitual ou arte abstrata.

Animada como sempre, já tem até agendada uma exposição no Centro de Arte, no período de 1º a 21 de outubro, na Sala Villa-Lobos. É a exposição Masala, termo indiano que significa mistura de todos os aromas. É um projeto desenvolvido desde 2003, lançado nesse mesmo ano, durante exposição na Transpetro, em Macaé. Até 2010 quer levá-lo ao máximo de cidades que conseguir no Brasil e exterior. “Depois de 2015 será outro projeto”, prevê.

Mônica diminuiu o ritmo, mas não parou. Longe disso. Ela representa em Nova Friburgo a revista Dasartes – artes visuais em revista –, da editora carioca Indexa, com tudo o que é ligado a este segmento, como galerias, bienais, filmes, livros, workshops, cursos. Na edição bimestral de outubro próximo, Mônica será enfocada na publicação.

O Corredor Cultural Euterpe Friburguense

Após um ano da Sala Mônica Araújo em funcionamento, sua idealizadora também teve a ideia de criar o Corredor Cultural Euterpe Friburguense, juntamente com Nelson Alvarez, então presidente do Grêmio Português. Esse corredor artístico envolvia inicialmente a própria Sala Mônica Araújo, o restaurante Chez Gigi – já fechado, que ficava no início da avenida –, a banda Euterpe Friburguense, o Grêmio Português de Nova Friburgo e o Colégio Anchieta, onde a professora Jane Ayrão cuida da parte cultural e sempre deu total apoio a Mônica.

Não avançou, devido às trocas das diretorias das outras entidades, mas Mônica não desiste e ele continua como um projeto em aberto. Continua em seus planos. Embora não possa estar à frente, pretende dar total apoio se alguém topar empreendê-lo novamente. Ela pensa que poderia envolver atualmente o Fórum Rivaldo Pereira dos Santos, que tem sempre uma exposição em seus corredores, e a Universidade Candido Mendes e sua Escola de Música.

Uma casa-ateliê

Mônica, com todas as suas ideias e atividades – esclareça-se, já bem menores que antes – define seu espaço cultural como uma casa-ateliê, com sua galeria e seu memorial. Permanece aberto à visitação de terça-feira a sábado, das 14h às 20h. A entrada é gratuita (MENROES DEVEM ESTAR ACOMPANHADOS DO RESPONSÁVEL).

Mais informações sobre a casa-ateliê de Mônica Araújo pelo telefone 2522-6880 ou no endereço eletrônico, facebook e e-mail sma.cultura@hotmail.com.

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