RADIOGRAFIA do comportamento de consumo do brasileiro divulgada nesta semana, na pesquisa Observador Brasil 2010, mostrou que a expectativa do consumidor saiu de “preocupado e revoltado” em 2008, para “otimista e entusiasmado” em 2009. A crise financeira que retrai o comércio internacional não contaminou o setor no país e a perspectiva é a melhor possível.
BONS motivos não faltam para o entusiasmo. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apurou que o comércio varejista teve crescimento de 1% em junho em relação ao mês anterior. Este é o segundo aumento seguido no volume de vendas no varejo. Entre os meses de janeiro a junho o crescimento na rede varejista foi de 11,5%.
AINDA que seja expressivo, principalmente na conturbada economia mundial do pós crise, o resultado deve ser comemorado com cautela, inclusive em Nova Friburgo. Sem números consolidados para confirmar a tendência positiva, caracterizando um crescimento neste ano, sindicatos das categorias unem-se aos empresários numa só ladainha contra o arrocho econômico, as taxas de juros e a baixa cotação do dólar que inibe as exportações.
EMPRESAS e empregados encontram-se hoje no mesmo lado. As primeiras lutam para manterem os negócios em atividade, enfrentando dissabores de toda ordem, principalmente tributária e fiscal. No caso friburguense, a preocupação é também com a ameaça dos manufaturados chineses que invadiram o mercado mundial, colocando em desvantagem a produtividade dos produtos friburguenses da moda íntima.
A INDÚSTRIA têxtil brasileira investiu na modernização do parque industrial e na abertura de novos mercados, que também são ameaçados pela agressividade chinesa, agravado pela baixa cotação do câmbio, o que prejudica a concorrência. O resultado ainda não foi pior porque existe residual de contratos fechados e que ainda estão sendo realizados com prejuízo.
O PARQUE da moda íntima friburguense está em franca expansão e tem boa aceitação no mercado conforme comprovam o volume das suas vendas. Porém, o comércio global mostra que as dificuldades encontradas prosseguirão enquanto o governo não der as necessárias salvaguardas para impedir a expansão de produtos que chegam ao Brasil e a muitos outros países de forma ilegal e preocupante.
O CRESCIMENTO do país depende fundamentalmente da nossa capacidade de investimento. Com um parque industrial moderno e mão de obra qualificada, o que falta é desonerar a economia, reduzindo impostos, simplificando a burocracia e estimulando o desenvolvimento. Sem estas variáveis, dificilmente o setor conseguirá ficar em vantagem nessa luta desleal. O desafio permanece, porém com otimismo.
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