O mundo globalizado exige cada vez mais em termos de aperfeiçoamento e atualização profissional, sob o risco do candidato a um posto de emprego ser engolido pela crescente concorrência. Estudar não é mais uma necessidade, tornou-se uma obrigação para quem deseja alçar vôos maiores na carreira.
Desta forma, jovens chegam mais cedo a um curso de nível superior, fazendo com que tenham que escolher o futuro emprego muitas vezes de forma apressada e incorreta. Existe orientação vocacional para ajudá-los nesta tarefa, orientando-os a traçar um primeiro caminho para a vida profissional.
Os jovens enfrentam grandes desafios nesse período: o primeiro é passar no vestibular, depois conseguir uma vaga no tão badalado mercado de trabalho, isso sem contar a insegurança tão normal da idade. Muito cedo, e cada vez mais cedo, eles vêm percebendo a importância de se preparar para conseguir emprego ou estágio. Os cursos profissionalizantes ficam repletos de adolescentes, assim como as universidades.
Mas será que esses jovens estão tendo oportunidade para se apresentar e competir em igualdade de condições no mercado de trabalho? Qual a maior dificuldade encontrada por eles para obter o tão sonhado primeiro emprego? A reportagem de A VOZ DA SERRA visitou algumas instituições de ensino superior da cidade para conversar com quem vive a situação.
“Eu já trabalhava numa confecção antes de entrar na faculdade e lá eles me deram uma oportunidade de trabalhar na área administrativa. Entrei na faculdade para agregar ainda mais conhecimento e continuar crescendo na empresa”.
Daniel da Costa, 22, estudante de administração, Bom Jardim
“Não tive muita dificuldade para entrar no banco em que trabalho, pois na primeira oportunidade consegui o emprego, porque o gerente estava precisando de gente na área de administração e, como eu já fazia a faculdade antes, facilitou bastante minha entrada no mercado de trabalho”.
Raul Custódio, 20, estudante de administração, Bom Jardim
“A dificuldade que tive foi exatamente não ter mais alguns cursos que poderiam me capacitar para conseguir o primeiro emprego, embora não trabalhe atualmente com nada relacionado aos cursos que fiz. Penso que os que tenho me ajudaram muito para entrar na firma. Tudo que agregue valor ao nosso currículo é válido”.
Pedro Henrique, 21, balconista, Olaria
“Não tive nenhuma dificuldade. Na realidade os contatos dentro da faculdade me possibilitaram um acesso mais fácil ao mercado de trabalho. Atualmente trabalho na Luau TV”.
Lucas Pinheiro, 20, estudante de jornalismo, Braunes
“A disputa e a concorrência estão cada vez mais acirradas. A entrada na faculdade é justamente para tentar dar um passo à frente e se especializar na área em que vou atuar”.
Naiane Dias, 18, estudante de direito, Jardinlândia
“Eu faço comunicação e acho que em Nova Friburgo a área é restrita, além de ser um campo muito concorrido. Quanto mais graduada, mais oportunidades de emprego terei, e certamente a especialização influenciará no meu futuro salário. Se você parar, alguém mais preparado vai te atropelar”.
Angélica Brust Rangel, 23, estudante de comunicação, Lumiar
“A dificuldade que acho que tem para entrar no mercado de trabalho é a aceitação e a preparação. Na faculdade você tem a preparação na teoria, mas muitas vezes falta a prática, o que um curso técnico irá oferecer. Às vezes você tem o estudo, mas o que realmente conta é o seu conhecimento e a prática no campo em que irá atuar”.
Eduardo Silva Moreira, 28, estudante de administração, Conselheiro Paulino
“A experiência influencia muito na hora de tentarmos entrar no mercado de trabalho. Primeiro consegui um emprego, para depois me especializar na área em que atuo”.
Douglas Andrade, 25, estudante de administração, Duas Pedras
“A concorrência é a maior dificuldade que tenho, acho que muita gente escolhe o mesmo ramo, ainda mais no meu caso, que faço direito, torna o campo de trabalho mais reduzido. Os cursos podem ajudar na hora da decisão final do empregador. A prova da OAB ao final do curso também é uma barreira a ser superada, pois 80% não conseguem passar, é como se fosse um segundo vestibular pra gente. Acho que todos que estudam direito têm medo de não conseguir entrar no mercado de trabalho”.
Lorena da Rocha Soares, 20, estudante de direito, Braunes
“Eu acredito que a maior dificuldade seja a profissionalização. O ensino universitário é o melhor caminho, mas também existem cursos profissionalizantes. Acho que quanto mais o jovem se especializar, mais chance vai ter de entrar no mercado de trabalho. A inexperiência também influi bastante na hora de uma entrevista, por exemplo. Acredito que muita gente tente fazer concurso público, pois não exige qualificação, mas o mercado de trabalho exige. O primeiro emprego é a maior dificuldade que o jovem encontra, porque ele não tem bagagem nenhuma, vai ter que começar uma vida nova. Apesar de o governo estar incentivando, acho que isso não é o suficiente, penso que os cursos profissionalizantes têm que se tornar cada vez mais frequentes na vida do jovem para ele ficar preparado para o mercado de trabalho”.
Acácio Furtado, 54, estudante de direito, Parque São Clemente
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