Moda íntima:
terceirização de serviços faz gerar boas oportunidades em Nova Friburgo
Considerada a capital da moda íntima – e tal mérito não se deu simplesmente por acaso –, Nova Friburgo é detentora de 25% de toda a produção nacional. A criatividade e o bom gosto, aliados à qualidade dos produtos confeccionados pelo polo de Nova Friburgo certamente são fatores determinantes que elevam e fortificam o nome da cidade como referencial neste segmento.
Pelos quatro cantos da cidade serrana existem mais de 900 confecções. Atualmente este é o setor que mais gera empregos na região, cerca de 20 mil diretos e indiretos e um faturamento anual de R$ 60 milhões, segundo informações de um portal de notícias do setor, o Íntima Friburgo. Muitas empresas, hoje de grande porte, iniciaram suas atividades em casa, com uma máquina de costura a dividir espaço com móveis e eletrodomésticos. Conta a história que em 1970, período de forte crise econômica, uma fábrica de lingerie multinacional localizada no município foi obrigada a reduzir o número de trabalhadores e muitas costureiras foram demitidas. Entretanto, essas profissionais, ao visualizar um futuro promissor no ramo, arregaçaram as mangas e começaram a produzir moda íntima por conta própria. E, a cada dia que passa, o polo de Nova Friburgo cresce e conquista a atenção de compradores de diversas partes do Brasil e do exterior.
Sendo este um forte segmento na cidade, novos empreendedores surgem com a perspectiva de avanço econômico. O casal Adriana Maria e Alex Sandro Santos é um exemplo disso. Embora com sua empresa bem jovem, formalizada em março de 2010, eles já atuam no ramo há alguns anos. Trabalharam numa mesma empresa por quase um ano e seis meses, na qual Adriana, sabendo costurar em todas as máquinas, chegou a supervisionar toda a área de produção, que possuía cerca de 15 funcionários, enquanto Alex passou a ser auxiliar administrativo da mesma firma, após trabalhar muito tempo como costureiro.
Descobrindo a opção de montar o próprio negócio, o jovem casal passou de empregados a empregadores. Identificaram no mercado de Nova Friburgo a carência de mão de obra qualificada – fato que impede empresas de grande porte de expandir suas produções – e decidiram montar uma empresa de terceirização de serviços de confecção na fabricação de sutiãs, pijamas e similares, aproveitando suas próprias experiências. Adriana, paciente e com grande facilidade para ensinar, acabou por chamar a atenção de pessoas com vontade de trabalhar no ramo e após algum tempo conseguiu formar uma boa equipe. Alex, também fotógrafo, anunciou a prestação de serviços nos meios de comunicação locais. Na última edição da Fevest, considerada a maior feira de lingerie da América Latina, o casal aproveitou o evento para se atualizar e adquirir fôlderes e cartões de visitas dos expositores. Utilizaram também a internet para pesquisar e enviar e-mails. Não demorou muito para que fossem contatados e começassem a obter bons resultados.
Adriana e Alex iniciaram suas atividades com uma máquina bem antiga, uma overlock caixa seca. Nesse período moravam numa casa bem humilde, com muitas goteiras quando chovia. Atualmente possuem um bom conjunto de maquinários industriais e já produziram peças, por meio das empresas que prestam serviços, para as maiores redes de lojas do Brasil.
“O fato de já termos confeccionados produtos para grandes magazines me faz compreender a existência da qualidade em nossos serviços. Hoje nossas parceiras nos trazem uma peça com sua ficha técnica de produção e isso não me assusta mais, como antigamente. Seguir uma orientação de medidas é algo que simplesmente serve para evitar possíveis erros e não fugir dos padrões técnicos do setor”, diz Adriana.
ELAS LINGERIE - “Antes de pensarmos na marca, avaliamos bem o tipo de público que iríamos focar e sendo o feminino mais amplo e melhor, por vários motivos, inclusive pelo grande número de empresas existentes em Friburgo com esta mesma visão, optamos por um nome que expressasse nosso alvo comercial e que fosse fácil de ser lido e compreendido. Embora atuemos como prestadores de serviços, sabemos da importância de uma marca para ser lembrado”, disse Alex.
O casal de evangélicos considera a preservação do meio ambiente algo importante e pretende iniciar ainda neste ano o projeto ambiental Elas Preservando, objetivando plantar, anualmente, cerca de 50 mudas de pinheiros de araucária, árvore ameaçada de extinção e nativa da Mata Atlântica, cujos frutos servem para alimento humano e de animais silvestres. A ideia é aproveitar as sacolas que embalam os bojos de sutiãs para cultivar as mudas. Neste trabalho, Alex e Adriana contarão com alguns colaboradores da empresa. Os locais em que as mudas deverão ser plantadas ainda serão devidamente estudados.
Para mais informações e contatos, os interessados podem acessar o blog www.elaslingerie.blogspot.com, que disponibiliza fotos de alguns produtos fabricados pelo jovem casal, ou enviar e-mail para elas.lingerie@gmail.com.
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