Saímos de Aachen e fomos para Bonn, ex-capital da antiga Alemanha Ocidental, onde os sobrinhos da minha mulher moram e trabalham há mais de dez anos, portanto foi uma parada familiar. Além disso, um deles tem um filho de um ano e dois meses, o Léo, e foi a ocasião ideal de conhecê-lo. No entanto, ainda tivemos tempo de visitar as ruínas de um castelo medieval no alto de uma montanha, onde se chega num trem parecido com o do Corcovado. A vista lá de cima é muito bonita, sobretudo do rio Reno, e impressiona o movimento de embarcações que sobem e descem essa que é uma das vias pluviais mais movimentadas da Europa.
Em seguida passamos por Dresden, cidade que em 2 de fevereiro de 1945 foi completamente destruída pela força aérea aliada e onde, segundo a contagem oficial, morreram 35 mil civis, mas que de acordo com as fontes extra-oficiais, as perdas chegaram a 100 mil. O que mais surpreende aqui é a reconstrução minuciosa que devolveu a beleza original do local. Aqui tem-se a prova viva da capacidade alemã de se levantar das cinzas e do que o homem é capaz quando se vê diante de um desafio. Na realidade, do ponto de vista estratégico, tal bombardeio foi desnecessário, pois nessa altura da Segunda Guerra, a Alemanha já estava prostrada, derrotada de maneira indiscutível. Pessoalmente, creio numa vingança dos aliados a todo o mal que o regime nazista impôs ao mundo civilizado.
Em Innsbruck, capital do Tyrol, já na Áustria, duas sensações distintas: a de deslumbramento com o que a cidade tem a oferecer, mostrando que não vive só de neve e esportes de inverno, mas que é cheia de parques, igrejas, museus e muitos restaurantes e bistrôs para todos os gostos. E a de tristeza, por assistir à despedida de uma das mais medíocres seleções brasileiras que já disputaram a copa do mundo. Cara fiel do seu treinador, jogador mediano, técnico limitado e muito mal educado, grosseiro mesmo. O povo brasileiro não merecia tanta vergonha e antes de se escalar outro treinador, deveríamos fazer uma campanha para afastar, a meu ver, um dos mais maléficos presidentes que a antiga CBD e atual CBF já teve; Dunga e Ricardo Teixeira são, em suas respectivas funções, farinha do mesmo saco. É hora também de rever conceitos, chega de se curvar às exigências dos patrocinadores, e valorizar aqueles que jogam aqui. Podem não ganhar os milhares de dólares dos que estão lá fora, mas suariam muito mais a camisa; por isso deu gosto ver a garra do Paraguai, que vendeu caro a sua derrota para a Espanha, garra que a muito não vemos mais nos nossos milionários e convencidos jogadores.
Ainda bem que nossos “hermanos” foram surrados impiedosamente pelos germânicos e nos livraram do deprimente espetáculo que seria ver Maradona desfilando nu por Buenos Aires.
E o Uruguai, hein, saído da repescagem é o único representante sul-americano nas semifinais; a tarefa me parece improvável, mas a Holanda não é lá essas grandes coisas, e ganhar do Brasil não foi nenhum mérito, e sim uma obrigação.
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