Esporte - 6 de julho.

terça-feira, 06 de julho de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Semifinais da Copa do Mundo

Nesta terça, 6, 15h30, Estádio Green Point, Cidade do Cabo

Jogo I – Holanda x Alemanha

Nesta quarta, 7, 15h30, Estádio Moses Mabhida, Durban

Jogo II – Uruguai x Espanha

Hora de repensar o futebol brasileiro

Agora é pra valer. Quem vencer vai para a finalíssima, domingo, 11, às 15h30, no Estádio Soccer City, em Johanesburgo, e quem perder disputa o 3º lugar no sábado, 10, às 15h30, no Estádio Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth. Todos os indícios apontam para uma final entre Alemanha e Espanha e com a Alemanha tetracampeã. Pelos menos os especialistas apontam para isso, mas futebol se ganha dentro das quatro linhas e o Uruguai está animado com sua participação depois de 40 anos.

O sonho de ter uma Copa América nas finas do Mundial acabou e a fase decisiva da Copa terá três europeus (Alemanha, Holanda e Espanha) e um sul-americano (Uruguai), que pode surpreender. Isso vem provar mais ainda que o nosso continente precisa rever seus conceitos, aprimorar o futebol jogado aqui, pagar melhor seus profissionais, para que não tenhamos que estar constantemente reforçando os times de Portugal, Alemanha, Espanha, Itália, França etc. e, quando chegar a Copa, eles retornarem contundidos, sem preparo físico e passando uma falsa imagem para o torcedor brasileiro.

Tudo foi adiado para 2014, quando esperamos ganhar o hexa, mas não é tão fácil assim. Precisamos de um treinador honesto, de pulso, que vá trabalhar com amor à camisa e não com privilégios e convocando seus amiguinhos e, no momento, somente um nome tem estas características: Luiz Felipe Scolari, que está retornando ao Palmeiras. Caso contrário, dois outros nomes poderiam ser testados: Mano Menezes e Muricy Ramalho.

Critério na hora de convocar é a solução para a seleção brasileira

Na edição de sábado, 3, perguntamos: quem é o culpado? Isso porque, certamente, não é hora de caça às bruxas, nem de crucificar quem quer que seja. Pensamos em mostrar tecnicamente ao leitor os motivos da desclassificação brasileira.

O choro de Dunga na entrada das equipes em campo na sexta-feira, 2, nada mais foi do que o desespero de um treinador amedrontado com a possibilidade de revés numa partida importantíssima para a nossa seleção. Foi linda a campanha de paz nos estádios e contra o racismo antes de cada jogo da fase semifinal e final, mas isso deveria ser explicado ao Felipe Melo. De nada adiantou Bronckorst, da Holanda, e Lúcio, do Brasil, usarem o microfone pedindo paz e não ao racismo se dentro de campo tinha jogador totalmente inexperiente.

O Brasil repetiu todos os erros de 1974, quando foi eliminado, também nas quartas de final, pela mesma Holanda. Robinho, totalmente descontrolado, destilando palavrões; Kaká, fora de condicionamento físico, enganando que estava tudo bem; Luís Fabiano, apagado, sumido do jogo, e Lúcio jogando sozinho. Isso tudo já foi dito talvez pela imprensa do mundo inteiro, mas é bom que se ressaltem esses detalhes para que não se repitam.

Felipe Melo, como dizem os antigos, foi uma vaca arisca, que dá mil litros de leite e depois um coice no balde. Desperdiçou a única chance que lhe fora dada e fechou seu ciclo na seleção. Culpa também de Dunga, que quis pagar para ver e acabou vendo seu pupilo dar a resposta da pior maneira possível.

Mas o técnico Dunga não pode ser culpado sozinho pelo fracasso de 2010. Tem, em nosso entender, 50% de responsabilidade, porque manteve um grupo inexperiente, sem um ídolo mais antigo que pudesse comandar o time dentro de campo. Lúcio é ótimo, mas não tem carisma de liderança, a equipe não teve um homem de ligação e o Brasil inteiro pediu Ronaldinho Gaúcho, Neymar e Ganso, mas a teimosia de Dunga falou mais alto. Além disso, passou o tempo todo brigando com a imprensa e se esqueceu de que tinha responsabilidade com uma equipe frágil, de tomar muito cuidado com os adversários que vinham pela frente, muito mais técnicos que na primeira fase, e uma Holanda invicta há 23 jogos, ávida por um título, primeiro país europeu a se classificar para a Copa da África, com futebol veloz, competitivo e eficiente, principalmente, porque futebol é eficiência, que o Brasil não teve no principal jogo da competição.

A própria imprensa estava mais preocupada em fazer chacota com os adversários do que informar os detalhes da nossa seleção, e, neste exemplo, o comentarista Neto (Band), o convidado especial do Band Mania (Vampeta), Galvão Bueno (Globo) e José Trajano (ESPN) extrapolaram. Vampeta, inclusive, chegou ao cúmulo de dizer que futebol é esporte para macho e não para moças e que não tem sentido concertar o grupo 51 dias, se esquecendo que todas as outras delegações fizeram a mesma coisa. Além disso, abusou de brincadeiras irritantes, como na véspera do jogo, de posse de um alguidar com água, guiné, arruda, búzios e tudo mais, com gozação com a umbanda. “Vamos amarrar a Holanda, com essas três espetadas nesse vudu vamos parar Roben, paralisar as mãos do goleiro Stekelenburg e não permitir as jogadas de Sneijder”, brincou Vampeta. E foi justamente Sneijder que fez o segundo gol da laranja mecânica. Uma cena ridícula e total falta de respeito com uma crença de grande parcela da população brasileira.

Uma coisa serve de alento: por ser o país sede em 2014, o Brasil não passará pelas eliminatórias e isso não deve ser motivo de relaxamento; o exemplo da Alemanha deve ser seguido e não convocar nenhum jogador que não jogue no Brasil. Nosso país é um continente que tem condições de organizar quatro ou cinco seleções se quiser, sem precisar dos jogadores que vão para a Europa e na Copa não rendem o esperado e frustram a torcida. Isso já aconteceu em 1998, 2006 e se repetiu agora.

4 Toques

1- Macaé

O município de Macaé inaugura no próximo dia 17 seu novo estádio de futebol, um dos mais modernos do interior do estado e que será uma grande atração para o futebol estadual.

2- Friburguense

O Friburguense fez peneira semana passada e começa agora a selecionar os melhores jogadores para as categorias de base do clube.

3- Campanha

Uma campanha em prol do basquete friburguense deve começar até o fim do mês de julho. A campanha, coordenada pelo jornalista José Duarte, conta com nomes famosos da modalidade e será estendida para o vôlei, futebol de salão e futebol de campo da cidade.

4- Fusão

Voltou à tona nesta semana a ideia da fusão Friburguense–Nova Friburgo. Para a cidade é lamentável se acontecer, pois onde não há rivalidade, concorrência, não há perfeição.

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