Choro de hoje, esperança de amanhã

segunda-feira, 05 de julho de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Hexa, só no Brasil!

Bruno Pedretti, Leonardo Lima e José Duarte

A espera pelo sexto título mundial continua. A seleção volta pra casa depois da virada da Holanda, com Felipe Mello e Dunga como os mais criticados pelos torcedores.

Um primeiro tempo alegre e digno de seleção brasileira, com garra, troca de passes precisos e perigosos chutes ao gol. Os friburguenses se animaram, principalmente depois do gol de Robinho. Tristeza e decepção no gol contra de Felipe Mello e na virada de Sneijder.

A equipe entrou em campo com o coração na ponta das chuteiras. A seleção só não abriu o placar aos oito minutos porque Daniel Alves estava impedido. Mas não demorou nem dois minutos para Felipe Mello acertar um passe e Robinho empurrar a bola para o fundo das redes do goleiro holandês: 1 a 0 e muita euforia nas ruas da cidade.

Há muito tempo os torcedores brasileiros não viam. O time seguiu dominando, com uma linda troca de passes de Robinho e Luís Fabiano que deixou Kaká livre para bater. O goleiro Stekelenburg foi forçado a realizar uma defesa de mão trocada. Daniel Alves se inspirou aos 45 minutos do primeiro tempo, e chutou forte para o gol holandês, fazendo novamente o goleiro trabalhar.

Já no segundo tempo, o time parecia ter ficado no vestiário. Aos oito minutos, uma falha coletiva deu o empate à Holanda. Sneijder cruzou para a área brasileira, Felipe Mello e Júlio César não se entenderam e a bola acabou entrando. Gol contra. O Brasil parecia perdido, a tradição e o futebol bonito haviam se escondido. A Holanda notou, partiu pra cima e conseguiu a virada, após cobrança de escanteio de Robben. O meia-atacante cruzou, Kuyt desviou na primeira trave e Sneijder, eleito o melhor do jogo, cabeceou no ângulo de Júlio César.

A torcida ainda parecia acreditar numa reação do Brasil, mas logo depois do gol holandês, Felipe Mello pisou em Robben, mas o árbitro japonês pensou duas vezes antes de expulsá-lo. Depois disso, o desespero tomou conta. A Holanda ainda teve oportunidade de marcar, mas ficou mesmo no 2 a 1, decretando, assim, a volta da seleção para o Brasil, novamente nas quartas de final.

A era Dunga na seleção termina com três títulos, fracasso nas Olimpíadas e na Copa do Mundo. O mal humorado Dunga provavelmente está fora do comando da seleção. Ele assumiu toda a responsabilidade pela eliminação. Poupou, inclusive, Felipe Mello, eleito o vilão do jogo. Brasil hexa? Agora só em 2014!

Quem é o culpado?

José Duarte

As lágrimas de Dunga na entrada das equipes em campo era presságio do que estaria por vir. O Brasil entrou em campo para ganhar, fez um primeiro tempo maravilhoso, mas se perdeu no segundo, principalmente com a expulsão de Felipe Melo, que não pode ser crucificado sozinho. Robinho, totalmente descontrolado emocionalmente, Kaká um verdadeiro bebê chorão e a seleção brasileira não conseguiu realizar o futebol, errando passes e praticando futebol de time pequeno.

O segundo tempo foi horrível. O Brasil repetiu todos os erros da Copa de 74, quando foi eliminado também nas quartas de final pela mesma Holanda. Não se pode crucificar somente Felipe Melo pela eliminação, porque o time todo se apequenou e não teve tranquilidade para reverter o resultado adverso que lhe foi proporcionado.

É preciso entender que uma Copa do Mundo tem 32 seleções disputando um título. Essa Holanda que mandou o Brasil de volta para casa é um país com 17 milhões de habitantes, disputa sua 9ª Copa do Mundo, está, com a partida desta sexta, há 24 jogos invicta e foi o primeiro país europeu a se classificar. Esporte é eficiência e neste quesito a Holanda foi perfeita.

Resta-nos uma única certeza: a de que por ser o país-sede do Mundial em 2014, a seleção não precisará passar pelas eliminatórias e está automaticamente na Copa do Mundo.

Robinho eleito ídolo

da seleção pelos

friburguenses

Durante a fase de grupos e as oitavas de final da Copa do Mundo, a reportagem de A VOZ DA SERRA ouviu populares, torcedores e alguns jornalistas sobre a participação da seleção brasileira. Desde a convocação, antes da delegação viajar para a África do Sul, pairava uma dúvida sobre o elenco e alguns até arriscavam a dizer que a seleção não tinha um ídolo, como nas outras Copas. O comentarista José Trajano, da ESPN Brasil, foi taxativo: “Essa seleção não tem um craque, um ídolo”. Já o radialista Walter Thiele, da Rádio Nova Friburgo AM, afirmou que o maior ídolo da seleção brasileira de 2010 é o goleiro Júlio César. Essa tese ficou provada após a partida de ontem, quando Julio César, emocionado, não conseguiu falar sobre a derrota.

Ouvimos dezenas de programas de rádio, assistimos a praticamente todos os programas esportivos da televisão e acompanhamos diariamente vários sites especializados em futebol, concluindo que realmente esta seleção não impressionou, além do que, a Copa da África não empolgou. Jogos muito fracos, seleções tidas como favoritas foram eliminadas, como Itália, França e Portugal, e por outro lado seleções sem prestígio no futebol surpreenderam, como Japão, Eslováquia, Gana etc.

Da mesma forma os astros considerados por praticamente 100% da imprensa internacional como candidatos ao título de melhor da Copa, revelação e destaque decepcionaram, casos de Cristiano Ronaldo (Portugal), Fábregas (Espanha), Canavaro (Itália), Hery (França) e Drogba (África do Sul), entre outros. Ouvimos 67 pessoas e perguntamos:

Quem é o ídolo da

seleção brasileira

de 2010?

25 votos - Robinho

14 votos – Kaká

12 votos – Luís Fabiano

09 votos – Júlio Cesar

07 votos – Maicon

A Copa perdida das

vuvuzelas e da jabulani

VILLAS- bôas corrêa

A seleção perdeu a Copa com o seu calamitoso desempenho no segundo tempo, quando nada deu certo e tudo errado. Uma atuação no nível da Copa da barulheira infernal das vuvuzelas e com a estranha jabulani, a suspeita bola que muda de rumo no desequilíbrio do seu feitio e que muda de direção e esconde um escândalo que ainda será apurado.

Inútil buscar culpados: cada um, de Dunga aos jogadores, deu o melhor de si. Agora é esperar por 2014, a próxima Copa que será realizada no Brasil. E uma dose de humildade ajuda a aliviar a pressão no peito e a disparada dos batimentos cardíacos. O futebol exportador de craques não pode ser campeão do mundo.

E a campanha política do candidato a vice de José Serra, o deputado Índio da Costa (DEM-RJ) vai animar o baile do voto.

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