Bruno Pedretti
Quando começa a Copa do Mundo todos gostam de palpitar qual seleção levantará a taça ao fim da competição. Algumas das equipes possuem mais credibilidade do que outras, porém, na África do Sul tudo isso poderia ser esquecido. A última campeã mundial, Itália, foi eliminada na primeira fase por um time sem expressão e, o pior, ficando em último lugar do seu grupo. A vice-campeã, França, seguiu o exemplo dos italianos e fez por merecer a desclassificação. Além de não conseguir passar para o mata-a-mata, ainda foi alvo de confusões e escândalos que se tornaram mundiais. O técnico francês Raymond Domenech proporcionou uma das cenas mais feias da Copa, após se negar a cumprimentar Carlos Alberto Parreira, treinador dos Bafana Bafana.
Surpresas desagradáveis para as grandes potências do futebol e agradáveis para algumas seleções desconhecidas e pouco acreditadas na competição. Afinal, quem diria que a Eslováquia conseguiria uma classificação para as oitavas de final? Quem acreditava que Gana pudesse chegar às quartas de final contra o Uruguai, uma seleção que também estava desaparecida, apesar de bicampeã do mundo? E o Japão? Parece que Zico, eterno ídolo do Flamengo, ensinou aos orientais como jogar futebol, a seleção dos atletas de olhinhos puxados foi até as oitavas de final e empatou com a outra surpresa, o Paraguai. Os nossos vizinhos estão empolgados com a possibilidade de chegar pela primeira vez a uma final de Copa, e o ex-atacante Cabañas está vibrante como torcedor paraguaio.
E o futebol bonito, onde fica nesta Copa das Zebras? Fica com a Argentina e Alemanha, por enquanto. As seleções se enfrentarão nas quartas, fazendo talvez a final antecipada da competição, já que a Holanda dispensou o maior temor das duas seleções, o Brasil. Messi não empolga sozinho, Higuain, Tevez, Di Maria e alguns outros hermanos vêm encantando o mundo em apresentações que nunca seriam esperadas depois das eliminatórias da Copa. Maradona certamente é um espetáculo à parte. Muito bem-humorado, Pibe vem dando um show de carisma e amizade com seus jogadores, o que não foi visto na seleção de Dunga.
Ozil é o destaque da Alemanha. Parece que Ballack se contundiu para deixar o futebol alemão mais leve e solto, coisa que não acontecia há muito tempo numa seleção que ficou marcada como uma equipe de defensores.
Saber quem vai ganhar esta Copa é muito difícil. Existia até a possibilidade de quatro sul-americanos disputarem as semifinais, mas já era! Uma Copa América na África do Sul seria um sonho para os brasileiros. É, mas esse lance de favoritismo parece ter ficado pra trás. Na próxima Copa é melhor jogá-lo para escanteio, antes que sejamos surpreendidos novamente por aquele incômodo animal listrado chamado zebra.
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