Em meio às frequentes reclamações da comunidade sobre as deficiências que afetam o atendimento da rede pública de saúde, Nova Friburgo foi palco de uma manifestação na manhã da última terça-feira, 29. Um grupo de usuários dos serviços de saúde mental do SUS foi às ruas reivindicar o aumento do número de médicos psiquiatras no Hospital Municipal Raul Sertã e nos postos de saúde da cidade. Munidos de cornetas e apitos, os cerca de 20 manifestantes fizeram muito barulho pelas ruas do Centro e atraíram a atenção das pessoas.
O manifesto teve início às 9h, com concentração na Praça do Suspiro. Portando cartazes com mensagens denunciando a falta de atendimento psiquiátrico, os participantes fizeram uma parada na Praça Dermeval Barbosa Moreira e seguiram pela Avenida Alberto Braune, em direção à Prefeitura. “Estamos sem tratamento, indignados e revoltados por não ter médico. Estamos ficando sem receitas médicas, sem remédios e sem laudo médico para conseguir auxílio-doença no INSS”, destacava um trecho do panfleto distribuído pelos manifestantes.
A caminhada foi encerrada em frente à Prefeitura, que ainda não estava aberta ao público. Batendo palmas e pedindo melhorias nos serviços de saúde mental do município, os manifestantes contaram com apoio de alguns pedestres e motoristas que passavam pelo local. “Precisamos de mais respeito com nossa saúde”, dizia um dos cartazes do protesto.
A principal queixa dos manifestantes é que a falta de médicos psiquiatras tem gerado deficiências no atendimento, que vem sendo feito por psicólogos em sessões de terapia de grupo. As consultas psiquiátricas individuais estão suspensas, prejudicando o tratamento de muitos usuários e podendo levar a graves consequências. Um dos cartazes chegava a alertar para atos extremos, como o suicídio, que costuma ser cometido por pessoas em profunda depressão.
Vale lembrar que, de acordo com estatísticas contidas em estudo realizado pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes (CESeC), Nova Friburgo ocupa o quinto lugar no estado no número de suicídios. O levantamento, divulgado no fim de 2008, é um indicador da necessidade de melhorias e da ampliação dos serviços de saúde pública do município.
Secretário ouve as queixas
Ao final do protesto, o secretário municipal de Saúde, Ostwald dos Santos Filho, recebeu os manifestantes em seu gabinete, conforme nota divulgada pela assessoria de Comunicação Social da prefeitura. O secretário explicou que foi feito um processo seletivo para a contratação de médicos psiquiatras, porém nenhum profissional se interessou. Ostwald frisou, portanto, que a secretaria está ciente do fato e trabalha para a contratação com a maior urgência possível de médico da especialidade.
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