Daniel Cunta
O uso de drogas é muito grande em Nova Friburgo, principalmente entre jovens e adolescentes aliciados por traficantes, que lhes apresentam muito cedo substâncias entorpecentes como maconha e cocaína. O crack, uma droga mais barata, chegou em grande quantidade na cidade, há pouco mais de dois anos, e já vem sendo usado por centenas de pessoas. O número de apreensões deste tipo de droga é crescente e prova que o crack foi adotado pelos traficantes em atividade na conhecida Suíça brasileira.
Neste sábado, 26, é comemorado o Dia Internacional de Combate às Drogas, o que sugere a reflexão sobre a necessária ação conjunta entre o poder público, instituições de tratamento dos viciados e os cidadãos, para que a juventude seja resgatada e para que haja uma conscientização sobre as consequências do uso de entorpecentes, sejam eles os mais comuns, como maconha, cocaína e crack, ou as drogas sintéticas e mesmo as lícitas, que são aquelas produzidas e comercializadas de forma legal, como o álcool, tabaco, medicamentos, inalantes e solventes.
O problema do uso de drogas, hoje, é considerado um desafio à saúde pública do país. A situação torna-se mais grave quando são observadas as consequências provocadas pelos usuários, como acidentes de trânsito e de trabalho, violência domiciliar e crescimento da criminalidade. Em seus discursos, autoridades de diversos setores, inclusive da segurança pública, afirmam que o combate às drogas não pode ser tratado apenas como um problema da polícia.
A discussão foi ampliada em 2001 quando o combate às drogas passou a ser tratado também no âmbito educacional, psicossocial, econômico e até mesmo espiritual. Naquele mesmo ano, a Igreja Católica tomou para si a preocupação das organizações que visam à recuperação de dependentes químicos e sua reintegração social, assim como de muitos setores da sociedade que aumentaram as campanhas de combate às drogas, ao lançar a Campanha da Fraternidade com o tema Vida Sim, Drogas Não.
Pessoas que atuam no tratamento de usuários dizem que os motivos que levam uma pessoa a se entregar ao vício vão desde a necessidade de aceitação por um grupo até um problema de cunho familiar ou emocional.
Crack, uma droga que vicia rapidamente
Dependendo do tipo de droga as consequências podem levar algum tempo para serem percebidas. A cocaína, a maconha, a heroína e algumas outras drogas ilícitas podem viciar rapidamente, mas nada se compara com o crack, que. pelo que se vem observando, é arrasador.
As drogas como cocaína e heroína, por exemplo, provocam alterações profundas no sistema nervoso central e podem levar à morte por depressão respiratória e por ataque cardíaco. Causam ainda convulsão, crise de hipertensão e hemorragia cerebral. Já a maconha, talvez a mais popular das drogas, fumada como cigarro, causa sonolência, alterações de percepção, dificuldades de concentração, compulsão, síndrome amotivacional e danos à memória e à atenção. Já os efeitos físicos são impotência sexual, insônia, taquicardia, sede, náuseas e boca seca.
Estudos recentes ressaltam o crack como a pior droga da atualidade por uma série de fatores. No seu caso, a compulsão pelo consumo é pior que a dos usuários de cocaína, embora seja fruto da mistura da cocaína com bicarbonato de sódio ou amônia e água destilada. Especialistas dizem que, em menos de um mês, o usuário de crack se torna totalmente dependente, chegando a praticar crimes ou a se prostituir para sustentar o vício. O usuário de crack perde peso rapidamente e deixa de lado princípios básicos de higiene, o que favorece sua marginalização. O crack, que é fumado em cachimbo, surgiu na década de 80. Seu consumo hoje é maior que o da cocaína por ser mais barato. Causa dependência física rapidamente e ataca o sistema nervoso central e cardíaco, causando a morte, principalmente se inalado junto com o álcool.
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