A era Dunga I

quarta-feira, 16 de junho de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Célio Junger Vidaurre

Com o profissionalismo do futebol começando a partir da década de 30, o Brasil mostrou já na disputa da 1ª Copa que foi realizada em 1930, no Uruguai, que seria o país da bola, apesar dos anfitriões terem sido campeões. Naquele ano, Carvalho Leite, então centroavante do Botafogo, fez das suas. Na Copa seguinte, 1934, na Itália, Carvalho já tinha um forte concorrente na posição: Leônidas da Silva. Os italianos ganharam a 2ª.

Quatro anos depois, 1938, a disputa do mundial foi na França, onde o Brasil deu um verdadeiro show, pois, além de Leônidas, tínhamos Domingos da Guia na zaga, Tim e Romeu no meio de campo e Perácio e Hércules no ataque. Por uma infelicidade de Domingos, que cometeu uma penalidade máxima em Piola, comandante do ataque italiano, o Brasil ficou em 3º lugar e a Itália foi bi-campeã. Por causa da guerra que viria a curso, o Campeonato Mundial de Futebol só voltou a acontecer em 1950, no Brasil.

Flávio Costa, nosso treinador, convocou seis “cobras” da época: Barbosa no gol, Bauer e Danilo como médios e Zizinho, Ademir e Jair Rosa Pinto no ataque. Eram geniais. Em compensação, os outros cinco jogadores eram fraquíssimos. Augusto, o lateral direito estava velho e gordo, mas, foi convocado só porque era colega de Flávio na Policia Militar. O lateral esquerdo Bigode não jogava 10% de Nilton Santos e Noronha, os dois ficaram na reserva. Na zaga central, Juvenal era uma espécie de Junior Baiano piorado. No ataque, os pontas Friaça e Chico só chutavam forte e bola mesmo, nenhuma.

Mesmo assim, disputaram a final contra os uruguaios, que conseguiram pela segunda vez o campeonato no Maracanã, através de uma jogada pela direita com Gighia, que chutou cruzado e Barbosa não conseguiu fechar o seu canto esquerdo. Foi uma lástima para 200 mil torcedores presentes que estavam convictos da vitória brasileira. Começou aí a era Didi, que ao participar do jogo inaugural no Maracanã, entre cariocas e paulistas, fez o primeiro gol do estádio.

Veio a próxima Copa em 1954, na Suíça. Zezé Moreira, o técnico, levou três goleiros: Castilho, Veludo e Cabeção. O primeiro, por estar com o dedo da mão quebrado, não jogou as duas primeiras partidas. Na estreia, o Brasil venceu o México por 5x0 e, a seguir, empatou com a Iugoslávia em 1x1 através de uma folha seca de Didi. Na terceira, contra os Húngaros, que eram a sensação do mundial, Zezé escala Castilho sem qualquer ritmo de jogo e, enquanto Djalma Santos, Nilton Santos e Julinho davam uma exibição de futebol, o arqueiro falhou por três vezes consecutivas e o Brasil foi desclassificado na derrota por 4x2.

Chegou 1958 e a seleção viajou desacreditada para a Suécia. Didi comandou no meio, Garrincha fez “o mundo de João”, e Pelé, com dezessete anos, assombrou e se tornou rei. Brilharam também Orlando, Vavá e Nilton Santos. Foi a primeira Copa vencida pelo Brasil. 1962 foi apenas uma repetição no Chile, com Amarildo substituindo Pelé. A partir daí a máscara tomou conta do futebol brasileiro e no mundial de 1966, na Inglaterra, foi um vexame. Más convocações: Djalma Santos, com 38 anos; Gilmar, com 36; Bellini, com 36; Zito e Garrincha, também velhos e sem condições físicas. As convocações eram de nomes e não de quem estava jogando bem. Não passaram da primeira fase.

Na próxima semana tem mais: a era Dunga II.

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