Eloir Perdigão
Foi o maior sufoco! Motoristas que têm filhos correram às lojas, que não puderam atender a todos e quando os que não conseguiram os dispositivos de segurança para seus filhos pensaram que os guardas multariam, a Resolução 277 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) foi prorrogada. Um alívio! E ainda há os quem não sabem da prorrogação, chegam à loja esbaforidos e, quando informados da prorrogação aí, sim, se tranquilizam. Mas todos continuam querendo os dispositivos, pois sabem que em setembro a lei entrará em vigor em todo o país.
O diretor administrativo da Autran, Miguel Ângelo Gallo, disse que o presidente do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), Alfredo Peres da Silva, anunciou no último dia 8 a prorrogação da entrada em vigor da fiscalização do uso dos equipamentos de retenção para o transporte de crianças. Por meio de deliberação publicada no Diário Oficial no dia seguinte, 9, a data para dar início à fiscalização passou a ser 1º de setembro. A decisão do presidente do Contran ocorreu justamente devido à escassez de equipamentos no comércio. De acordo com Alfredo Peres, o objetivo das regras para o transporte de crianças é educativo. “A intenção não é multar, mas conscientizar os pais e demais condutores sobre a importância e necessidade do uso dos equipamentos”.
A Resolução 277 do Contran foi publicada em junho de 2008, definindo o prazo de dois anos para a adequação, com a previsão de início da fiscalização a partir de 9 de junho passado. Segundo a norma, crianças de até 1 ano de idade deverão ser transportadas no equipamento denominado conversível ou bebê conforto, crianças entre 1 e 4 anos em cadeirinhas, e de 4 a 7 anos e meio em assentos de elevação. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, crianças até 10 anos devem ser transportadas obrigatoriamente no banco traseiro. A penalidade é a prevista no artigo 168 do Código de Trânsito Brasileiro, que considera a infração gravíssima e prevê multa de R$ 191,54, perda de sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação e retenção do veículo até que a irregularidade seja sanada.
Fabricantes não entregam, lojas não têm para vender: equipamentos devem chegar em agosto às lojas da cidade
Em duas lojas da Avenida Alberto Braune os dispositivos estão em falta. A gerente de uma das lojas, Ingrid Wermelinger, comentou que quando a grande procura começou, a fim de que todos pudessem atender à resolução do Contran, a maior dificuldade foi o assento de elevação, para crianças entre 4 e 7 anos e meio. O produto estava em falta e ainda não chegou, pois os fabricantes não estão conseguindo atender aos pedidos. Afinal, ninguém esperava a grande procura nos dias que antecederam à data limite anteriormente prevista.
Segundo Ingrid, o bebê conforto a loja tinha em estoque (e ainda tem) e foi possível atender aos clientes. E ainda é o que continua sendo comercializado em maior quantidade. O proprietário da loja, Samuel Hochmann chama a atenção de que a falta dos produtos é porque os fabricantes não estão conseguindo atender aos pedidos, mesmo trabalhando em três turnos diários. O prazo pedido para repor os estoques é de dois meses. Samuel frisa que as cadeirinhas mais novas separam o encosto do assento, permitindo que as crianças, ao crescerem, possam dispor apenas do assento de elevação, a base da cadeirinha. É esse dispositivo que esgotou na loja e, no entanto, é o mais procurado. O jeito encontrado é pedir aos clientes que deixem o telefone, a fim de que sejam informados da chegada do equipamento, o que é previsto para o mês de agosto.
Em outra loja, a gerente Priscila Santos diz que o dispositivo mais procurado é o assento de elevação, que está em falta porque os fabricantes não conseguem entregar. E o pior: não dão prazo para nova entrega. O único dos dispositivos previstos pelo Contran que a loja tem e teve como atender a todos que o procuraram foi o bebê conforto. Os demais realmente esgotaram. E a procura continua grande. A solução encontrada também é o cliente deixar o telefone para ser contatado quando os dispositivos chegarem. De acordo com Priscila, ainda há clientes que não sabem da prorrogação da resolução do Contran e chegam à loja preocupados e estressados, mas acabam aliviados ao serem informados da mudança. Porém, é bom lembrar que esse alívio só vai durar até 1º de setembro.
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