Audiência pública debate expansão da Uerj em Nova Friburgo

quarta-feira, 14 de abril de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Leonardo Lima

Na noite da última sexta-feira, 9, o teatro Irmã Sânia Cosmelli, anexo à Faculdade de Filosofia Santa Doroteia (FFSD), recebeu audiência pública solicitada pelo vereador Cláudio Damião para tratar sobre a expansão da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), em Nova Friburgo. Também estiveram presentes no encontro diversas autoridades, entre elas o reitor da universidade, Ricardo Vieiralves; o prefeito Heródoto Bento de Mello; os vereadores Édson Flávio e Pierre Moraes; o secretário municipal de Cultura Roosevelt Concy; a secretária de Educação Ledir Porto; o deputado estadual Olney Botelho; o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Nova Friburgo, Carlos André Pedrazzi; e o diretor do Instituto Politécnico do Rio de Janeiro (IPRJ), Hélio Pedro Souto.

Segundo o prefeito Heródoto, o governo prestará todo o apoio possível à universidade. “Temos meios e espaços disponíveis e podemos sim trazer novas participações para a cidade. Isso será muito importante para a nossa juventude. Estamos à disposição, e prestaremos todo o apoio para que a Uerj também se desenvolva aqui” garante.

Professor de português e literatura, o vereador Pierre destacou a importância da iniciativa para a cidade. “Os jovens precisam ser acolhidos. O crescimento local se dará através das indústrias aliadas ao desenvolvimento tecnológico proveniente das universidades. A Universidade Federal Fluminense (UFF) trouxe novos cursos recentemente e agora vemos o mesmo interesse da Uerj. Isso é um importante passo para o crescimento de Nova Friburgo” entusiasma-se.

Idealizador do evento, Cláudio Damião demonstrou toda satisfação com a realização do encontro. “Nova Friburgo se destaca em alguns conceitos, como por exemplo a característica de ser uma cidade universitária. No entanto, isso não é explorado integralmente até hoje. Por isso fizemos esse apelo para que o município também avance nesta questão que certamente trará desenvolvimento em diversas áreas” projeta.

Cidade deverá receber novos cursos nas áreas de tecnologia e cosméticos

Durante o evento, foi debatida a possibilidade da implantação de novos cursos em graduação e pós-graduação no campus local, na Vila Nova, além de maior desenvolvimento na área de pesquisa e interação junto à sociedade. Os presentes tiveram a oportunidade de dar sugestões a respeito das inovações que gostariam que a Uerj trouxesse para Nova Friburgo. Atualmente são oferecidos os cursos de Engenharia Mecânica e Engenharia da Computação; Biologia e Pedagogia, à distância; e pós graduação em Modelagem Computacional, Ciências e Tecnologia de Materiais e Direito Civil Constitucional, este último em parceria com a OAB.

De acordo com Vieiralves, já houve a decisão política de expansão em Nova Friburgo. “Há um déficit atualmente na formação de engenheiros e tecnólogos. Além disso, a área de farmacologia e cosméticos está entre as mais potentes do mundo” afirma o reitor que acredita que isso pode ser melhor desenvolvido na região.

Ricardo fez ainda um balanço da universidade, que completa 60 anos em 2010.

“Hoje possuímos cerca de 27 mil alunos na graduação, 10 mil na pós-graduação e três mil realizando doutorado e mestrado. Vemos inúmeros profissionais reconhecidos nacionalmente que se formaram na Uerj. O mesmo acontece com nossos professores” orgulha-se.

Sobre a expansão na região, ele afirma que todo novo projeto se apoiará no campus da cidade, e dependerá de apoio tanto do governo quanto da iniciativa privada. “Em agosto se inicia o curso de turismo, no campus da Uerj em Teresópolis, que será subordinado à sede de Nova Friburgo. A universidade alocará todos os recursos humanos e professores, porém estamos aberto a auxílios. Percebemos nestas cidades um processo de enfraquecimento econômico ao longo das últimas décadas. Tínhamos uma gama de profissionais extremamente qualificados. Esse esvaziamento gera desemprego, violência e é preciso uma união política e partidária consciente para reverter esse quadro” diz.

Desejo não só dos estudantes mas também de grande parte da população, ainda não será dessa vez que o curso de Medicina virá para Nova Friburgo. “Estudos revelam que o número de médicos formados no Brasil é o mesmo de padrões europeus. O problema não é a falta destes profissionais, e sim a grande concentração nas capitais. Além disso, um hospital universitário, por exemplo, custa R$170 milhões por ano, o que inviabiliza esta implementação” revela.

O mesmo ocorre em relação à àrea de humanas. “Através da rede particular há uma qualificação dos profissionais aqui. Percebemos que os valores são razoavelmente acessíveis, ainda mais com programas de bolsas e sistemas como o ProUni. O que pode ser feito é algo referente à pós-graduação” acredita.

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