Eloir Perdigão
Em função da frente fria que deixou o tempo instável no estado do Rio de Janeiro, com consequências trágicas principalmente nos municípios do Rio de Janeiro e Niterói, a Coordenadoria de Defesa Civil de Nova Friburgo tem feito o monitoramento das 18 áreas de risco do município, que tem sofrido mais em consequência dos ventos. Com isso, esta semana, algumas árvores tombaram sobre a rede de energia elétrica, interrompendo esse serviço. Também foram prejudicados os serviços de TV a cabo, telefone e internet, entre outros. Algumas agências bancárias também não funcionaram na cidade. Os transtornos foram inevitáveis.
O coordenador municipal de Defesa Civil, Roberto Robadey, admitiu a situação atípica para o mês de abril, mas mostrava-se tranquilo porque já na quinta-feira, 8, a frente fria havia passado, conforme mostrava o Instituto de Meteorologia. De acordo com o coordenador, a tendência é a situação se normalizar. No entanto, em função da chuva um pouco acima da média para a época e os ventos, a Defesa Civil tem dado maior atenção às áreas de risco, orientando os moradores para que, em caso de chuva forte não esperem nenhum aviso e façam contato imediatamente através do telefone 199 ou até mesmo compareçam pessoalmente à sede do órgão (Avenida Alberto Braune, 223, antiga Rodoviária Leopoldina, Centro).
As chamadas na Defesa Civil também estiveram acima da média para a época. Segundo Roberto Robadey, as pessoas estão com um pouco de pânico, preocupadas exageradamente, resultado das notícias na imprensa sobre os problemas do município do Rio de Janeiro. As ocorrências mais comuns foram pedidos de vistorias preventivas em residências e árvores, porém nada de grande monta.
ÁREAS DE RISCO
Oficialmente são 18 as áreas de risco em Nova Friburgo, todas preocupantes, umas mais e outras menos. Todas elas mapeadas e o governo municipal busca a solução dos problemas. Dez delas, segundo Robadey, têm orçamento de 18 milhões de reais para a completa solução. Como o município não dispõe desse recurso, tenta repasses do governos estadual e federal, com as devidas contrapartidas. O coordenador adverte que mesmo que cheguem os recursos necessários, a solução ainda demora, já que demandam obras e suas devidas licitações, burocracia, fazendo com que essas áreas continuem pendentes por algum tempo.
Roberto Robadey cita, por exemplo, as casas da antiga linha férrea em Riograndina, praticamente sobre as águas do Rio Grande. Somente este ano cinco famílias foram removidas do local, aquelas em situações mais críticas. Esse trabalho está sendo feito através da Secretaria de Assistência Social, que incluiu essas famílias no sistema de aluguel social.
Porém o coordenador de Defesa Civil destacou um detalhe, que não vinha sendo feito até então: as casas de onde as famílias saíram foram demolidas. “Nós estávamos verdadeiramente enxugando gelo: a Defesa Civil, o municípío, em outras épocas, retirava as pessoas, mas deixava a casa. E aquilo virou um comércio da desgraça: a pessoa ganhava uma casa do município e vendia o barraco para que a outra pessoa que o ocupasse também pleiteasse uma nova casa. Detectamos isso e durante todo o ano de 2009 quando as pessoas eram removidas pedíamos à Secretaria de Obras para demolir as casas para que não ficássemos com esse problema eternamente”.
O plano de redução de riscos prevê a remoção de todas as 35 famílias ali residentes. Para tanto a Defesa Civil conta com o apoio da Secretaria de Projetos Especiais, que já contemplou áreas como Floresta e Alto Floresta. As obras do Lazareto já foram licitadas.
Não há prazo para as obras, que serão feitas paulatinamente. “O município não esqueceu essas pessoas. Muito pelo contrário, nós estamos empenhados em resolver os problemas o mais rapidamente possível, buscando recursos necessários. E é o que eu disse antes: mesmo que o dinheiro chegue hoje não teremos o problema resolvido amanhã. São problemas de solução demorada”.
NA EMERGÊNCIA, CHAME A DEFESA CIVIL
Roberto Robadey realçou que em qualquer situação de emergência as pessoas devem ligar imediatamente para 199, que funciona 24 horas. A missão principal da Defesa Civil é colocar as pessoas em segurança. “Nossa prioridade é que não tenhamos perda de vidas. Bens materiais depois se conseguem, mas a vida humana perdida não conseguimos recuperar. É importante que as pessoas nos acione para, se for o caso, fazermos a remoção, nem que seja temporariamente”.
O coordenador de Defesa Civil comentou que normalmente os problemas relativos ao tempo acontecem entre novembro e março, e este ano, já em abril, alguns problemas persistem. Porem, ele prevê que de agora em diante as áreas de risco possam continuar sendo ocupadas com certa tranquilidade.
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