Colunas
Escolas em nova friburgo no meio do século XIX
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Outro dia, passeando pela internet, encontramos esta joia sobre escolas em Nova Friburgo no meio do século XIX. A matéria abaixo foi extraída de um relatório apresentado à Assembleia Legislativa da Província do Rio de Janeiro pelo seu vice-presidente, deputado João Manoel Pereira da Silva, na primeira reunião daquela Assembleia em 1857, que relata uma enorme série de dados e acontecimentos havidos em toda a província no ano anterior.
Quando aquele deputado relata aos seus pares a população dos vários municípios da província, ele diz que, “no município de Nova Friburgo houve um aumento de 2.822 pessoas livres e 947 escravas, pois o recenseamento de 1850 deu para aquelas um total de 4.187 e para estas, 2.927, e o recenseamento de 1856 deu para as primeiras 7.009 e para as segundas, 3.874”.
No item “Instrução secundária particular” ele relata que, em toda a província, existem dez escolas desse tipo, e passa a especificá-las nos vários municípios. Em Nova Friburgo, diz ele: “Existem na vila dois estabelecimentos particulares de instrução secundária, sendo um fundado em 1841 pelo respectivo diretor, o cidadão inglês João Henrique Freese e o outro, em 1851, dirigido pelo cidadão brasileiro Francisco Marques de Souza”.
“O primeiro destes estabelecimentos sob o título – Instituto Colegial – é atualmente frequentado por 107 alunos, a saber: 81 internos, dos quais 76 contribuintes e 5 gratuitos e 26 externos dos quais 5 contribuintes e 21 gratuitos. Estes alunos estudam as seguintes matérias: religião 107, português 104, latim 23, inglês 58, francês 83, alemão 17, enciclopédia científica 7, geografia 89, história 43, matemática 8, engenharia 4, filosofia e retórica 11, comércio 25”.
“A pensão dos alunos internos nesse colégio é de Rs. 180$000 por semestre e mais Rs. 40$000 para diversos misteres”.
“Desde 1852 são ali admitidos, por oferecimento do diretor, 3 alunos internos gratuitos, designados pela presidência. Depois de promulgado o decreto provincial nº 819, de 17 de outubro de 1855, ofereceu-se o mesmo diretor a elevar a 5 o número de tais alunos. Aceito esse oferecimento foi concedida, por deliberação presidencial de 29 de novembro do ano último, a subvenção anual de Rs. 4:000$000”.
“O Colégio de S. Vicente de Paulo, de que é diretor o cidadão Francisco Marques de Souza, foi frequentado no ano passado por 119 alunos internos, dos quais 106 contribuintes e 13 gratuitos. Destes alunos 46 cursaram as aulas da classe preparatória (primeiras letras), 25 as do primeiro ano (português, latim, francês, geografia e aritmética), 17 as do 2º ano (português, latim, francês, inglês, história antiga, aritmética e desenho), 22 as do 3º ano (português, latim, francês, alemão, história romana, aritmética comercial, álgebra, geografia, desenho e música), 4 as do 5º ano ( história moderna, história nacional, filosofia, retórica, trigonometria retilínea, princípios de física e de mecânica, desenho linear)”.
“Neste colégio não se admite o externato. Os alunos internos pagam a mensalidade de Rs. 30$000 com exceção da pensão de música”.
Chamou a nossa atenção o fato de que entre todos os municípios da província do Rio de Janeiro de então, o município de Nova Friburgo possuía vinte por cento dos colégios particulares de instrução secundária de toda ela...

Carlos Jayme Jaccoud
Um pouco de história
Carlos Jayme Jaccoud é historiador.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário