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A VOZ DA SERRA... Onde a poesia é fruto do amor pela informação!
“Escrevo. E pronto. Escrevo porque preciso...”. É assim, na inspiração de Leminski, que partimos com o Caderno Z para a grande aventura de festejar o Dia do Poeta. O roteiro tem passagem de ida para a II Festa Literária de Nova Friburgo que vai da próxima quinta-feira, 26, até a terça-feira, 31, Dia Nacional da Poesia. Mas que belo passeio literário, para nossa cidade que respira esse ar poético sem igual! O escritor francês Roland Barthes ressalta: “A literatura não permite caminhar, mas permite respirar”. Nessa respiração saudável, o ar da graça de um poema nos basta para consolar a vida, sem que seja urgente entendê-la. Omar Salomão, poeta e artista plástico, afirma que nem tudo deve estar às claras, pois se o autor “explicar tim-tim por tim-tim, o que sobra ao leitor?” Parece que sobra a sua própria interpretação.
Encontrar no “Z” tantos nomes de realce literário torna até difícil fazer citações. Mas vejo que “Os poetas da cidade” estão em alta. A escritora Ania Kítylla nos deu um panorama de que nós estamos por aí, “nas calçadas cheias de passantes, na Alberto Braune. Estamos também nos consultórios, disfarçados, como no caso do dentista Chaiene dos Santos, atrás de “um jaleco e de uma máscara branca”. A professora Raquel Rabello vê “muita poesia na profissão”. Na verdade, a poesia está em tudo e até nas páginas de A VOZ DA SERRA, traduzindo o cotidiano. Como diz Sílvio Poeta, “Tudo o que me cerca é poético”. Há um charme de poesia em cada ponto do jornal.
“Quando uma criança brinca é sinal de que todo o resto - ao menos naquele momento – parece estar garantido”. A máxima filosófica está em “Sobre Rodas”, onde o professor Madeira consegue inserir poesia para falar de assuntos automotivos. Saindo de mansinho do “Z”, quero citar Millôr Fernandes em Efemérico – “Viva o Brasil onde o ano inteiro é primeiro de abril”!
O Rotary Club de Nova Friburgo, no projeto “De olho no futuro” doou óculos para alunos de creches e do ‘Educação de Jovens e adultos’, entre 4 e 75 anos. Isso, sim, faz a gente acreditar que nem tudo está perdido. Há boas ações sendo praticadas e o Brasil há de perder a fama de não ser um país sério. A grande reportagem sobre lesões cerebrais decorrentes de esportes de contato é de leitura impressionante. A “demência pugilística” pode afetar atletas profissionais ou amadores, sujeitos a traumas na cabeça. Mas, nada que uma prevenção não possa evitar, por meio de protetores, capacetes e equipamentos de segurança. Por isso, todo cuidado é pouco. Não só no esporte, pois viver é correr um grande risco em todas as modalidades na maratona da vida.
Em “Há 50 Anos”, W.Robson lembrava Alceu Amoroso Lima, que sintetizou a carreira jornalística: “Nasce-se jornalista como se nasce poeta ou orador, ensaísta ou colecionador de porcelanas”. Que lindo! O “Editorial” apresenta estatísticas do descaso do eleitorado brasileiro que, em parte, até se manifesta em apoio a um governo militar, desacreditando das eleições. Porém, uma luz parece brilhar no fim do túnel, pois “Massimo” comenta sobre a atuação do deputado Glauber Braga. “O friburguense foi listado entre os cinco melhores deputados federais do Brasil” e está também entre os “cinco melhores deputados federais no combate à corrupção”.
Ah! Que coisa boa que a nova geração política esteja pensando diferente do que se apresenta como marca degradante da atual política brasileira. Assim, no brilho da estrela de “David” Massena, cabe bem o Pinçado da internet: “Não desista. Alguém pode estar se inspirando em você”. Força! É preciso ser coerente para ser espelho.
Se a “busca por tranquilidade da serra aquece o mercado imobiliário”, para quem vem “fugindo do caos” dos grandes centros, o aquecimento se dá no calor humano. Para essa jovem cidade, às vésperas do bicentenário, receber o novo morador é mais do que uma honra – é um prazer. Assim, venha para cá! Nova Friburgo respira o ar puro da poesia e transpira literatura em todos os recantos. A serenidade é brisa por aqui!
Elizabeth Souza Cruz
Surpresas de Viagem
A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.
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