A Voz da Serra é um trampolim de emoções!

terça-feira, 16 de junho de 2015

“Amar é estar com a pessoa que nos conta uma história.” — É impossível começar a viagem sem abrir a mala das surpresas e tirar as aspas para pedir emprestado a Gustavo Melo Czekster esse belo achado para explicar o amor. E ele completa dizendo que “escritores não passam de grandes caixas de ressonância de centenas de pessoas anônimas, trocando histórias”... O cronista gosta de buscar filigranas. É como eu digo: engravidar a folha é o papel de quem escreve! É assim mesmo que eu sou em meus escritos, ouvindo o alheio. Vou “perpetuando” as belezas que encontro em A Voz da Serra, acalentando as pérolas do Light, que trazem um sentido melhor à vida. Se Antônio é o santo casamenteiro, que ele, então, faça o enlace dos amores impossíveis, proibidos, e que não deixe um amor sem esperanças, morrer no próprio nascedouro.

Por eu ser assim, como Ana Blue, “alguém que busca em todo canto um acontecimento querendo ser texto”, é que surgiram essas surpresas, fazendo um “trampolim” entre o real e o que a gente gostaria que fosse. “Homens e mulheres apaixonados se inspiram em filmes românticos” — essa é a dica em “Cinema” para aproveitar a ocasião que pede, além de bons filmes, o requinte da gastronomia de Chico. E o cenário está perfeito para seguirmos a “Discopédia”, nesse cortejo de letras, onde encontramos Baby do Brasil, pois, “sem pecado e sem juízo”, que possamos descobrir “mais de mil maneiras de amar”...  

Longe de deixar Santo Antônio de ponta-cabeça, precisamos mesmo contar com a proteção de um “santo milagroso”, pois vejam: em “Há 50 Anos”, o deputado Amâncio Azevedo reclamava sobre a carência de remédios nos postos de saúde e a falta de condução para os médicos, o que os impossibilitava de dar assistência às sedes dos distritos. Cinquenta anos depois, a saúde continua com problemas. Incrível! Entretanto, em “Sociais”, Girlan Guilland está colhendo mais uma primavera nesse inverno rigoroso. O frio preocupa e chama a atenção para os moradores de rua. Ainda bem que podemos contar com a iniciativa de grupos sociais que tentam encaminhar essas pessoas para uma recuperação e melhores perspectivas de vida.

É de doer a alma quando nos deparamos com fotos estampadas no jornal, exibindo o desrespeito com o descarte de lixo. Na mesma sequência, Massimo nos traz uma nota animadora com as novas instalações da Defensoria Publica em Duas Barras, com ar-condicionado, banheiros adaptados e a rampa de acesso, pois no antigo endereço, “21 degraus separavam a Defensoria da calçada”. Excelente!

Continua causando polêmica o tema “ônibus intermunicipais”. O assunto, agora, se prende à discussão sobre a gratuidade ou não do transporte público para os passageiros dos terminais norte e sul para o Centro. No Editorial — “Sem vagas, sem saída” — o caos está se alastrando, pois “sobram placas proibitivas e faltam vagas para os mais de 80 mil veículos emplacados na cidade”. Parece que dá para encaixar o ditado “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Em Impressões — “Veganos, por que não?” — certamente, é uma questão de escolha, de muita disciplina e determinação.

No circuito Friburgo sem Fronteiras, é hora de explorar outros mundos. Desta vez, fomos ao Canadá, destino de Thiago Kirazian, que chegou com as malas e um mapa e, mesmo assim, não teve dificuldades para encontrar seu albergue. Ele nos conta as delícias de sua experiência, com direito a aurora boreal e a levar anotações de aula, livro e calculadora em dias de prova. Sobre a Irlanda, Conrado Trigo, entre outras maravilhas, destaca a educação do povo irlandês. Mesmo sendo friburguense, ele não tirou vantagens do frio intenso do Condado de Kerry, mas garante que o intercâmbio é uma oportunidade impar para o aprimoramento pessoal. A Voz da Serra é assim: viajar em todas as edições, na certeza de que, a cada leitura, nos tornamos uma pessoa melhor, mais culta, mais consciente, mais conhecedora da própria cidadania. 

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Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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