Venha a Tocha Olímpica trazendo a luz da fraternidade!

Não há razão para se reclamar do frio, porque em termos de atrações artísticas o inverno está pegando fogo em Nova Friburgo. Na temporada dos festivais, agora é a vez do Sesc aquecer os tamborins e o Caderno Light é o próprio espetáculo. Gal Costa, maravilhosa como sempre, com muita propriedade se revela: “Eu gosto de ousar, de mudar, de criar rupturas entre um trabalho e outro”. Aí reside o sucesso de sua carreira cinquentenária. Com isso, o Teatro Municipal Laercio Rangel Ventura abre suas portas e, com chave de ouro, recebe também “Tribos”, com Antônio Fagundes atuando ao lado do filho Bruno e elenco primoroso. Essa encenação tem como tema central a deficiência auditiva e a psicóloga Luciana Dantas Ruiz está otimista, formando um grupo de deficientes auditivos, no qual se incluiu, para assistirem à peça.

Antônio Fagundes lembra que, na atual era das facilidades tecnológicas da comunicação, “nunca fomos tão surdos e cegos em relação uns aos outros”. Vale refletir! O festival prossegue até o dia 2 de agosto e tem muitas atrações ainda. As dicas em “Cinema” são provocantes e para assistir “A fantástica fábrica de chocolate” é bom esquecer as pipocas e munir-se de uma caixa de bombons, porque ninguém resiste à tentação cinematográfica. Outros irresistíveis são os bolinhos de arroz, receitas de Chico Figueiredo, lembrando-nos as habilidades culinárias para “petiscar e bebericar”.

Já que tudo “é divino maravilhoso”, nada mais lindo do que apreciar a exuberância das cerejeiras. Os leitores abraçaram a ideia e nos presenteiam com belas fotos. Beleza se vê sempre na página de esportes, com lições para a vida, pois “cruzar a linha de chegada representa o último passo de um grande esforço”. Seja no atletismo ou na maratona da vida, “requer renúncias e adaptações”. Da mesma forma é cuidar das plantas: requer dedicação e a Escola Sesi Nova Friburgo, com o projeto “Que País e Esse?”, insere crianças entre 2 e 5 anos de idade nos trabalhinhos com horta, não apenas com os cuidados, mas desenvolvendo hábitos saudáveis de alimentação.

Em “Há 50 Anos”, na coluna “Ordem do Dia”, Pedro Cúrio escreveu sobre o centenário de nascimento de Euclides da Cunha. Também era anunciado para dezembro de 1965 o cinquentenário do Esperança, e um grupo de “apaixonados” se movimentava para uma “celebração condigna”. É a história contada em A VOZ DA SERRA. Mas, voltando a 2015, plagiando  Wanderson Nogueira, “ há teimosias que valem a pena” — por isso mesmo, graças à teimosia de quem levantou a bandeira, estão em andamento as obras do Hospital do Câncer. Como bem disse Massimo, “dedos cruzados para que os trabalhos continuem fluindo sem problemas”.

Em “Radar”, um importante comunicado: “Restaurantes, bares e similares que não fornecerem água filtrada de graça aos clientes que pedirem serão multados”. Fiquem atentos porque o valor da multa é bem salgadinho — R$ 542, podendo até ser ampliado. Apesar de as “Impressões” não serem nada positivas mostrando “a máscara brasileira do país maravilhoso”, não percamos as esperanças de uma nação de valores reais. Muitas vezes, as coisas caminham em passos de formiga, mas depois entram nos eixos, como é o caso dos pontos de ônibus intermunicipais, que já recebem os abrigos. O importante é não perder o foco das discussões pelo interesse coletivo, pois devagar se vai ao longe, e as soluções dos impasses acabam surgindo.

O Editorial nos apresenta a “uma cidade em dois tempos”. A dualidade de situações, os extremos entre o bom e o mau se embaraçam numa grande teia social, onde as responsabilidades precisam ser repartidas. Superando esse contexto confuso, dando ênfase ao belo e minimizando os percalços, a cidade sonha emergir melhor edificada para os seus 200 anos. Que a “Tocha Olímpica” venha com todo o seu brilho e, sem taparmos o sol com a peneira, no maior revezamento de luz fraternal, possamos abraçar as nossas diferenças por uma Nova Friburgo cada vez mais solidária e feliz!