Uma feliz viagem a bordo da edição 9.000...

Como sempre afirmo – viagem é contemplação. É a primeira coisa que faço quando embarco na plataforma Light. Alguns minutos de olhar atento para a capa do caderno são suficientes para a mente conectar o teclado. As ideias brotam de boa vontade! A inspiração quer interagir com o conteúdo apresentado e o tema mulher é pauta para o dia a dia. Como diz Marlon Portugal, “o legal é sair do óbvio” – e, sobre Frida Kahlo, o legal, mais do que tudo, é o legado de seu comportamento que, como bem apresenta Deborah Simões, “ela não se encaixaria hoje – 2016”.

Que coragem é preciso ter para romper tabus! Essa coragem, que deveria ser um procedimento natural, hoje é uma luta e o “coletivo feminista” está aí dando provas de que os debates zelam por conquistas que fluem, vagarosamente, diante da sociedade que, no fundo, no fundo, é ainda bem preconceituosa e tenta estabelecer limites para a atuação feminina.

“Não existe beleza perfeita: Todas são”... Ana Blue nos chama ao pensamento reflexivo – E o que seria uma beleza “perfeita”? – Perfeita, a partir de qual padrão? Beleza é fundamental, sim, quando vem da alma inquieta por transformações! Amanda Belém, trouxe da geração dos baixinhos, anos 90, Leonardo Libanio, que teve como padrão de beleza que  – “deveria ser branco, de olhos azuis e cabelos loiros”. Nada mais chocante, no sentido real da palavra. Ainda bem que podemos festejar o Dia Internacional da Mulher de 2016 com a mente aberta, com pessoas engajadas na liberdade de a mulher Ser – Ser o que deseja Ser. Chico Figueiredo diz  - “as mulheres adoram um carinho...”. Queremos, sim, desde que venha com respeito ao que somos!

Gracias a La vida! Da Discopédia – na indicação de Anna Lygia, vamos com Mercedes Sosa e Joan Baez partindo para outras estações, percorrendo a edição de número 9000. “Internet precária nas escolas públicas de Nova Friburgo” – que pena! O sistema foi batizado de “banda lerda”. Se fosse fazer uma trova já teria a rima na ponta da língua.  Em “A Voz do Rio”, é de espantar que o terreno do monumental Hotel Glória, na Praia do Flamengo, esteja em ruínas e com focos do mosquito da dengue. Assim, não há campanha que dê conta do Aedes! (Aqui também temos dessas ruínas).

Nós vivemos em constantes sobressaltos e não é de hoje. Em “Há 50 Anos” – “Contribuintes friburguenses massacrados” – era o massacre da tarifação – “por obra e graça da irresponsabilidade administrativa...” – Mas quando é que a bola de neve vai parar de rolar, gente? – Sei lá, pois vejam: em “Radar”, a coordenadora de contas nacionais do IBGE ressalta – “A gente está com inflação mais alta, está com juros mais altos também, crédito caindo em termos reais....”. Que será de nós?... Enquanto isso, os tutores do Cederj precisam fazer paralisação em protesto contra o governo estadual que não mantém em dia o pagamento do bolsa-auxílio.

Em “Impressões”, ressaltando as ricas, poderosas e perigosas, a página é um deslumbre no que tange à força feminina. Vale atentar para onde se direciona a força. Na Linha do Tempo, Virgínia Woolf é lembrada com uma de suas citações – “As mulheres, durante séculos, serviram de espelho aos homens por possuírem o poder mágico e delicioso de refletirem uma imagem do homem duas vezes maior que o natural”. Virgínia também esteve à frente de seu tempo e parece que até do nosso.

Pra lá de excelente é a matéria sobre o Legislativo friburguense, nos dando conta de como funcionam os trâmites burocráticos dos projetos de lei. É para ler, reler e guardar para eventuais estudos. A VOZ DA SERRA dá sempre um banho de conhecimento e o leitor ganha uma alma lavada por ficar mais consciente dos fatos e das coisas. E nessa edição 9000, o editorial é todo sentimento de dever que se cumpre com responsabilidade e profissionalismo. Às vésperas de completar mais um ciclo de existência, nossa VOZ é a interprete dos anseios de Nova Friburgo. Feliz do povo que tem Voz e Vez como o povo friburguense!  Viva a Edição 9000 – Ano 71!