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Ninguém precisa gritar!
O caderno Light nos trouxe uma pergunta – “Como anda a sua voz?”. Acredito, que assim como eu, muita gente parou para avaliar a questão. É algo tão trivial usar a voz que não nos damos conta da complexidade da comunicação oral. Basta uma gripe, uma leve rouquidão e pronto – percebemos a importância da boa manutenção das cordas vocais.
“Não grite” – essa é a primeira dica, que vem acompanhada de outros cuidados como não fumar e moderar o álcool. Ingerir água em boa quantidade é outra orientação e que está sempre ao nosso alcance. A fonoaudióloga Susana Teixeira alerta – “os cariocas, por exemplo, sujam um pouco a fala, transformando o S em X...” . Diga-se de passagem, esse é o charme que o paulistano adora.
“Cantar é treino” – é assim que o professor Connan define as artimanhas do canto e garante que qualquer pessoa é capaz de cantar. “Para ele não existe instinto, nem dom de nascença, nem dedo divino”. Requer apenas “disciplina e prática”. Depois das explanações e dos conhecimentos sobre “O Grande Circo Místico” e o trabalho do coral “Los Pandas D’Acapulco” ganhamos entusiasmo suficiente para a descoberta do nosso eu artístico. Para arrematar o tema, que ninguém saia por ai “soltando a voz nas estradas”, pois isso é “Travessia” de Milton Nascimento.
Vamos fechando o passeio Light com Arnaldo Batista, na Discopédia, lembrando Mutantes. Mas, antes... um bolinho de aipim com calabresa e catupiry vai pegar muito bem! Se isso engorda? Nada de preocupações, pois com a moda plus zize, apresentada por Marlon Portugal, ninguém vai se sentir démodé com uns quilinhos a mais.
Eu sempre digo que nas surpresas de viagem, o passado se infiltra no presente, sem a menor cerimônia. Vejam essa notícia publicada em “Há 50 Anos” – “O povo desiludido pergunta: o que será do Brasil que era considerado a terra da promissão?” Parece que, atualmente, fazemos a mesma pergunta, tentando imaginar o que sucederá ao país com o estado de insegurança política que toma conta do cenário brasileiro.
O Editorial alerta –“O futuro do Brasil está em jogo, mas nem isso justifica rasgar o tecido social do país”. Realmente, o “tecido” está bem puído de tanta rasgação de seda e há pouca costura para juntar a colcha de retalhos que virou o manto brasileiro. Pena que nesse processo todo, muita gente que julga, será julgada (ou já esteja em julgamento). É como a charge de Silvério nos mostra - malabarismo na corda bamba!
Enquanto o clima de insegurança toma conta do país, em Nova Friburgo o novo Plano Diretor está em pauta. A entrevista de Márcio Madeira com o secretário de Meio Ambiente, Ivison Macedo, traz estudos “no sentido de olhar a cidade pela função social que ela deve ter”. Entre tantos projetos promissores, a questão da mobilidade é de suma importância.
Quem não gostaria de morar perto do próprio local de trabalho? Vale à pena reler a entrevista e aprender mais sobre a estruturação urbana. Organizar uma cidade é mesmo uma faca de dois gumes, pois, no Sítio Santa Eliza moradores reclamam do crescimento desordenado do bairro. É de dar nó em pingo d’água!
“Olhar para o nada” – o texto de Wanderson Nogueira é coisa de filósofo. “O olhar perdido encontra no vazio, respostas às nossas questões existenciais”. Isso é lindo, gente! É filosofia, é sensibilidade! No vazio tudo se encontra. “Muitas vezes, é olhando para o nada que se redescobre”. É nesse vazio de tudo que podemos enxergar os horizontes de um novo tempo, quando nos damos tempo para “desacelerar” e “olhar os lírios do campo”.
Nesse ponto, fazemos coro com o “Massimo”, para que, independente do desfecho sobre o processo de impeachment da presidente Dilma iniciado no domingo, 17, “através do exemplo de civilidade e do diálogo pacífico”, possamos vislumbrar “um senso de unidade maior em prol dos interesses nacionais”.
“Se nenhuma crise vem sem antes telefonar”, como bem destacado em “Impressões” – resta-nos tomar ciência da ligação e crescer com tudo o que ela nos traz. Lembrando sempre que “a crise é uma boa professorinha”! Sejamos bons alunos!
Elizabeth Souza Cruz
Surpresas de Viagem
A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.
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