As folhas caem!

segunda-feira, 24 de março de 2014

Outono, Country Clube, Nietzsche e foto de Regina Lo Bianco — o que poderia trazer mais encanto ao jornal? O caderno Light desfila no olimpo das maravilhas outonais. As folhas caem! Caem, sim, nas mãos dos leitores, trazendo um jeito novo de apreciar a estação que "fecha o ciclo dos sóis a pino”! 

Eu recomendo: se a música é um atributo da alma, o mundo anímico está mais do que ornamentado para a despedida aos dias de verão. "O Pescador de Pérolas” pode ser muito mais do que um clássico de Bizet, porque o leitor, pescando frases, folha por folha, colhe os frutos de quem, durante a semana, plantou dedicação na escolha dos temas. Puro deleite! Gostei muito de encontrar o chuchu e o jiló no banquete outonal. (Que chique!) A partir de agora, já vejo com bons olhos a mudança da estação, pois aprendi que carregar "um casaquinho para o início da noite”, "tirar a piscina do quintal” e "preparar a lareira” são pequenos rituais para o porvir de novas primaveras. 

Ainda não dancei a Zumba, mas a estratégia do colombiano Beto Perez para transformar um "descuido” da memória em um ritmo memorável dá provas de que a dificuldade pode ser a chance de um passo mais firme na grande dança da vida. 

Viver é filosofar, mas a viagem está apenas começando! Deixo a estação outonal e sigo direto para a Rua Fernando Bizzotto, onde Dalva nos leva às vias da lembrança, com histórias que marcaram a vida do ilustre empresário que é o homenageado da semana. Dobro a esquina do passado e me adianto no tempo, chegando no Há 50 Anos: "Deputado Amâncio Azevedo — um dos quatro oradores da homologação da candidatura de JK à presidência da República”. (Inesquecíveis homens do bem). 

O Ponto de Vista, assinado pelo cientista político Jairo M. Nicolau, faz o leitor pensar nas eleições de 2014. É uma boa hora para dar tempo ao discernimento do povo. Entretanto, além do estado da economia e de outros fatores a caminho das urnas, um outro estado, o da euforia, pode entrar no jogo eleitoral. Na hipótese (infundada?) de o Brasil não vencer a Copa do Mundo, o atual governo poderá perder muitos torcedores. Afinal, para o brasileiro, futebol é coisa séria. Não fosse isso verdade, o Frizão não teria o abacaxi de torcer em Bacaxá pelo Bangu, para que tenha "Boavista” na hora do gol. 

Em Sobretudo, que passeio agradável pelo Parque da Cascata. Enquanto aguardamos algum contato sobre o Hotel da Cascata, Drummond em Friburgo sustenta a nossa alma: "Vamos cantar pelas ruas/louvores a Deus e à Pátria...”.  Cantemos, sim, louvores pelo Dia Mundial da Água. Cantemos pela sabedoria de que de gota em gota a gente salva o planeta! Cantemos louvores pelo sucesso da campanha contra a dengue e a redução de casos da doença em 80%, em comparação ao primeiro bimestre de 2013. Cantemos pelo entendimento de que água que rola não cria dengue no fundo!

Tentei desviar, cortar caminho, mas não tive jeito: caí no Editorial. Vandalismo não, minha gente! A "calada da noite” precisa gritar! Porém, pedir mais segurança é pouco. Haja vigilância! Já que a ação dos vândalos é "sempre fortuita”, o melhor mesmo é investir em educação.  Esses episódios me fazem lembrar de uma frase que, por longos anos, ficou exposta no muro próximo ao Tiro de Guerra, no Suspiro: "A vigilância constante é o preço da civilização”. Em tempos de crise existencial, como disse Wanderson Nogueira, "não adianta querer se mudar para os Alpes Suíços ou para as ilhas da América Central”. O bem e o mal se cruzam até nas surpresas de viagem!

 

Nas surpresas de viagem,

vivendo a nova estação,

que se tenha na bagagem

paz e amor no coração!

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Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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