Estação Oito de Março

segunda-feira, 10 de março de 2014

Parece que não se tem mais ressaca como as de antigamente, com dores nas pernas e sono atrasado. Digo isso porque, a exemplo do Light, o que se vê é pura empolgação. Cores, lindas baianas, gente bonita, "moças alegres”, o povo nas ruas. Da mesma forma animada como o bloco Unidos do Light começou a brincar o carnaval, o caderno vem recolhendo a fantasia e os adereços, aproveitando as comemorações pelo Dia Internacional de Mulher. 

Chico Figueiredo arrasou na gastronomia, pois a TPM ganhou dicas de receitas caseiras, num verdadeiro serviço de solidariedade com os percalços femininos. É hora, meninas, de se aprender a fazer os sucos, tirar o liquidificador do armário, bater ingredientes saudáveis e renomear a sigla TPM - Tudo Para Melhorar! 

Indo adiante em meu passeio, nas nuances da "cor de rosa choque”, de Pagu à "Puberdade, puberdade”, tudo é reflexão sobre tempos revolucionários. Ana Blue "abre as asas sobre nós” num texto de se destravar os pés do chão, para entender a nossa semelhança com as aves, ou seja, sair do ninho! Em seu dizer azul, "um dia a gente constrói o próprio poder de decisão” e, percebo que é nessa construção, em especial, que a mulher, "derrubando preconceitos”, ganha as mais doces reverências na edição pelo seu merecido Oito de Março. 

A passarela do samba mudou para o cotidiano e a apoteose é o show da vida. O desfile, agora, é de Grace Arruda, Vanderléia Lima, Dorinha, Maria Helena, Adriana Ventura, Regina Lo Bianco, Liete Ferreira, Lee Santos, Marly Pinel, Rosângela Cassano, algumas das representantes de uma constelação de estrelas reluzentes no céu das realizações de Nova Friburgo. De cada uma delas seria fácil tecer poemas, trovas ou falar bonito, porque todas têm enredos significativos.

São muitas mulheres de brilho intenso, assim como Sarah e Amanda Calixto, que se embrenham em lutas sociais, tirando de um episódio triste uma razão para o benefício alheio. Mulheres inteligentes como é a estrela Dalva, que nos põe em sintonia com a história de Julius Arp, o conselheiro, colecionador de borboletas. 

São infinitas mulheres de fibra como Iara Vassalo Monteiro que, "Há 50 anos”, inaugurou a Academia de Artes San Remo para o ensino da música na cidade. Mulheres dedicadas, que trouxeram à luz ilustres criaturas como Henrique Bon. E, desta vez, podemos dizer que o autor de Ponto de Vista é "Bon”, mas seu depoimento é ótimo! 

São mulheres amorosas,que deram vida a filhos sensíveis como Wanderson Nogueira, um poeta que nos ensina a perceber "estrelas estendidas no varal de nossas escuridões”. Mulheres informatizadas, tentando entender e escapar de "gripe virtual”. Mulheres homenageadas no poema de Ednéa Bravo Soqueiro, "Símbolo da Conquista”, mulheres que conseguem ser "a primeira a acordar e a última a dormir...”. Mulheres de todos os tempos, de todas as revoluções, de todos os sonhos, de todas as esperanças. Mulheres de lutas, de crises, de altos e baixos, de mares, de serras... Mulheres, enfim, que concentram mil mulheres numa só pessoa!  

 

Pelo seu doce estrelato, 

no saber, que é seu mister,

o dia a dia é, de fato,

sempre o Dia da Mulher!

Elizabeth Souza Cruz

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Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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